Teles devem encontrar novos modelos de negócios e adotar IA: Oracle
Barcelona.- As empresas de telecomunicações devem mudar os seus negócios , já que os serviços tradicionais as tornam pouco lucrativas .Ismael Rivas, vice-presidente de Telco para o México da Oracle , conversou com DPL News durante o MWC 2024 em Barcelona, onde disse que é necessário que as teles saiam da caixa de seus negócios tradicionais, além da adoção de Artificial A inteligência (IA) será um factor chave.
Alejandro González (AG): Qual é o objetivo dessas empresas?
Ismael Rivas: Os serviços básicos que realmente diminuíram tornaram-se uma mercadoria . Hoje as questões dos serviços de valor acrescentado são as mais importantes. E também abrir o negócio de B2C para B2B, onde alianças importantes começam a ser feitas.Você começa a encontrar novos caminhos, novas receitas , alianças importantes em diferentes indústrias; por exemplo, saúde, varejo , manufatura, etc. O negócio que geralmente vinha com os usuários finais, onde nos oferece um serviço, embora deva continuar, por exemplo a voz, agora é uma mercadoria . A mesma coisa acontece com os dados, eles continuaram crescendo, mas não podem cobrar mais.
Portanto, refazer essas alianças com indústrias específicas é o seu objetivo. Um negócio mais complexo, sim, definitivo.
AG: Os investimentos são superiores aos rendimentos?
Ismael Rivas: Não dão os números, é muito caro. E se falarmos, por exemplo, do mundo 5G, o investimento vai ser muito, muito alto.
Mas hoje ainda não existe um modelo de negócio que retorne esse investimento. É por isso que as implantações do 5G provavelmente estão demorando um pouco mais , porque o serviço matador que ajudará a recuperar o investimento, que é multimilionário, não foi encontrado.
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AG: É necessário buscar alianças com empresas como a Oracle?
Ismael Rivas: A tendência é buscar alianças importantes entre diferentes indústrias num mundo B2B. É aqui que realmente surge a nova evolução.
Sim, a conectividade é importante, mas quando você começa a falar sobre IoT, Inteligência Artificial, Machine Learning, você deve pensar em como nas alianças você torna a renda exponencial; É aí que você começa a procurar todos aqueles modelos que geram mais receita .
AG: As empresas de telecomunicações já entenderam o caminho da aliança com empresas de tecnologia?
Ismael Rivas: Eles entendem, sim. Ainda falta avançar rapidamente, mas acho que eles sabem que esse é o caminho certo e que têm que ir até lá.
Mas mover estas grandes corporações e todos os processos que devem estar por trás delas para permitir novos modelos de negócios leva tempo. Então, eu acho que eles sabem.
Continuar trabalhando em B2C com usuários finais não é mais um negócio , ou seja, ainda é um negócio, mas o ARPU já não é o que era há alguns anos.
AG: As empresas de telecomunicações estão fazendo alianças com a Oracle?
Ismael Rivas: A parte tecnológica, com tudo que a questão Cloud traz, a gente aproxima da telco. Fizemos uma aliança muito importante com a Telmex , no caso do México; Na América Latina temos isso com a Claro , na Colômbia e no Brasil.
Estamos colocando nossa parte tecnológica em alianças estratégicas com essas empresas. E eu diria que somos um provedor de tecnologia que estamos em diferentes camadas , desde a parte de infraestrutura, gerenciamos o que é o Cliente Cloud.
AG: Como a Oracle teve que mudar para se tornar parceira das empresas de telecomunicações?
Ismael Rivas: Verticalizamos como Oracle há dois anos. E quando falo em verticalizar, significa que colocamos numa única cabeça todos os produtos que têm a ver com uma empresa de telecomunicações. Antes de administrarmos isso em silos.
Mas quando isso começou a crescer, entendemos realmente que o processo da infraestrutura à aplicação tinha que ser consolidado em uma única cabeça. E teve resultados muito, muito bons.
AG: Você acha que a Inteligência Artificial será fundamental no caminho para a reinvenção das telecomunicações?
Ismael Rivas: É um dos grandes temas aqui no congresso (MWC 2024).
Temos diversas alianças importantes e estamos trabalhando no tema Inteligência Artificial em todas as aplicações . É aí que realmente temos um esforço muito importante. Mas acima de tudo, estamos trazendo a parte de IA, no caso das telecomunicações, para ajudar de diversas formas.
Primeiro, melhorar tudo que é a parte de vendas, a parte de Capex. Aí estamos tornando mais inteligente a questão do relacionamento com o cliente.
Também do ponto de vista de operação, em melhorar o conhecimento da sua infraestrutura, da sua rede, de gerar menores cargas na entrega do serviço.
E é aí que começa essa parte generativa para dar às empresas a possibilidade de conhecer melhor os seus clientes, de ter um melhor contacto com eles, e o processo de prestação de serviços ser muito mais inteligente e muito mais específico. Isso para quê? Para ajudar a reduzir o Opex, e isso é importante, porque a maioria das empresas de telecomunicações está olhando para duas coisas: Como faço para reduzir meu Opex? e como faço para vender mais?
Com a IA estamos ajudando a melhorar a parte contratual, por exemplo: fazendo comparações entre contratos que ajudam a otimizar todo o processo; recrutamento, a parte de marketing, a parte de vendas. Mas também ao nível da otimização de toda a questão da infraestrutura de rede, que é muito cara.
AG: Qual é o futuro das empresas de telecomunicações?
Ismael Rivas: A questão do 5G com certeza vai ser uma realidade. E daí surgirão novos modelos de negócios, não é só largura de banda.
É assim que a telecom, em aliança com a Indústria 4.0, começará a oferecer serviços. Muita Inteligência Artificial , muito Aprendizado de Máquina, todo o tema da Internet das Coisas.
Veremos se esse modelo de negócio realmente amadurece e começaremos a ver coisas novas ao nível dos serviços e em todas as áreas como saúde, transportes, infra-estruturas. Acho que é aí que começaremos a ver esse efeito.
Isso vai amadurecer, novos modelos de negócios vão começar a ter um efeito real que hoje não é simplesmente largura de banda.
