UFG forma primeiros graduados em IA da América Latina

A parceria com 63 empresas dos mais diferentes setores como Globo e Positivo, visa formação prática para rápida absorção do mercado. Primeiros bacharéis já iniciam com salários que chegam a R$10 mil.

Uma turma de 15 formandos, entre eles, uma mulher, são os primeiros profissionais de inteligência artificial (IA) do Brasil e da América Latina. O curso de graduação da Universidade Federal de Goiás (UFG), iniciou em 2019 com uma proposta que valoriza a experiência prática, aprendizagem contínua e o empreendedorismo.

Com duração de quatro anos e dividido em quatro blocos, o curso abrange desde conceitos fundamentais até às mais recentes técnicas de IA, passando por etapas que trabalham uma mentalidade empreendedora, apresentam ferramentas e perpassam o tradicionalismo como aulas de computação e matemática; culminando em uma residência que proporciona aos alunos uma imersão completa no ambiente profissional.

“Nossa intenção é preparar os alunos para o futuro em constante transformação da IA. E eles mesmos têm consciência da abordagem autônoma que devem assumir, para além das trilhas que proporcionamos”, explicou o professor Anderson da Silva Soares, coordenador do bacharelado em IA e presidente da comissão idealizadora do curso na UFG.

Todos os anos são abertas 40 novas vagas pelo SISU (Sistema de Seleção Unificado), com uma das “notas de corte” mais altas da universidade. Atualmente existem cerca de 30 alunos ativos para as próximas formações.

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63 empresas de diversos setores, como saúde, comunicação, tecnologia e energia, entre elas Globo, Positivo e a Recovery, do banco Itaú, contribuem com projetos e demandas reais, justamente na intenção de absorver esses talentos.

“Assumimos uma política de remuneração meritocrática. Conforme seu desenvolvimento e contribuição para os projetos, alguns alunos recebiam, já na graduação, salários que chegavam a R$ 10 mil”, contou o coordenador à DPL News.

Desafios do ensino frente à inteligência artificial

O curso de bacharelado em IA tem uma carga horária mínima, pensado em ter menos conteúdo e mais vivência. Na visão do professor Anderson Soares, essa abordagem para as gerações nato-digitais é um passo adiante a ser dado, uma vez que o conhecimento já não é mais uma posse da academia.

“Com as ferramentas certas e tendo onde perguntar, eles aprendem até sozinhos”, declarou. “O meu desafio agora, como professor desse mundo novo que a gente vive, é trabalhar com eles as experiências”.

Neste sentido, Soares aborda um conceito que já vem sendo amplamente discutido na educação da era abundante de informação instantânea, que é o professor enquanto curador do saber, não mais como seu disseminador.

Neste novo contexto, o professor cria trilhas, seleciona as informações e estrutura contextos e impulsiona o criticismo nos estudos, algo que até o momento, a IA ainda não é capaz de fazer sozinha.

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