Globo trabalha em piloto de deep fake para seu conteúdo

Ao unificar os produtos Globo e integrar inteligência artificial em suas operações, a emissora diz estar agora com um olhar no futuro.

[Atualizada em 8 de abril]
São Paulo, Brasil.- Ainda não é uma certeza de que o experimento irá para frente, mas a Globo, maior empresa e emissora do Brasil, tem utilizado inteligência artificial generativa (Gen AI) para testar pilotos de deep fake que podem ser inseridos em seus conteúdos. A revelação foi feita pelo diretor executivo do hub digital, Wanderley Baccala, durante o evento Oracle World Tour.

Segundo um executivo da Oracle, alguns testes com a tecnologia têm sido feitos com imagem do ator e comediante Fábio Rabin, mas não ficou claro se isso está vinculado aos pilotos da emissora. Ele também menciou a possibilidade de pagamento de royalties pelo direito de uso de imagem, numa hipótese de a ideia pegar.

Baccala se resumiu apenas a dizer que a Globo tem experimentado todas as ferramentas de IA generativa possíveis, justamente porque “este é um momento de muita experimentação desta tecnologia“.

A empresa que antes era dividida pela TV aberta, TV por assinatura e o streaming Globoplay, agora unificou tudo em uma só operação e aderiu à IA na maioria de seus processos criativos e de gestão. A jornada com IA na emissora se iniciou no processo criativo em coloração, ou seja, no ajuste de aparência das imagens, e também em dublagens ou substituição de áudios (doubling).

A IA também transformou a curadoria e a entrega de publicidade. Se antes a ideia na TV aberta era que ela alcançasse a maior parte das casas, agora com o advento da internet ela passa a ser mais direcionada e segmentada. A inteligência artificial na emissora serve para recomendar e até para refinar o conteúdo que recebem de seus anunciantes e aí sim entregar aos telespectadores.

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Estratégia multicloud

Parceira da Oracle, a Globo também aposta numa estratégia multicloud. Boa parte dos produtos digitais estão na plataforma do Google, enquanto os recursos humanos (RH) e financeiro, na nuvem da Oracle. Outras partes de clientes corporativos são divididos entre Microsoft e AWS. Dona da maior audiência do país, é uma grande geradora de dados.

“Estamos falando de 85% da internet brasileira passando pelos canais digitais da Globo e uma TV aberta que tem 48% dos televisores ligados na emissora e, neste caso, se tratando especificamente do [reality show] BBB, que possui uma super audiência multiplataforma”, ressaltou Baccala.

Com a inserção da nuvem e da tecnologia de IA, o CEO reforça que os processos de produção e gestão se tornaram bem mais ágeis. “Antes comparávamos o passado com o hoje, agora falamos como será o amanhã. A Globo de hoje está criando o amanhã”, concluiu.

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