Depois de destinar toda a faixa de 6 GHz para o uso não licenciado (Wi-fi), a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) teria dado sinais de que pode rever a decisão, informou o Teletime.
A indústria de telefonia móvel aproveita o Mobile World Congress 2022 (MWC) para pressionar os países em relação à faixa de 6 GHz. As operadoras alegam que precisam de mais espectro para o 5G devido ao crescente tráfego de dados e para continuar fechando a brecha digital.
Um estudo da GSMA mostrou que as grandes cidades do mundo precisarão, em média, de 2 GHz de espectro adicional nas bandas médias para cumprir as expectativas de velocidade das redes da próxima geração, reduzir custos e o impacto ambiental.
Ao mesmo tempo, o portfólio de produtos voltados para Wi-fi 6 ainda é pequeno, o que coloca em questão a necessidade dos 1,2 GHz para o serviço fixo.
Segundo o Teletime, o Brasil pode reavaliar sua decisão, mas é mais provável que a Anatel aguarde a padronização da União Internacional das Telecomunicações em 2023.
As outras opções são destinar todo o espectro para o uso licenciado (5G) ou determinar a parte baixa do espectro (cerca de 500 MHz) para o Wi-Fi e a parte alta (os outros 700 MHz) para o 5G.
Procurada, a Anatel não respondeu até a publicação desta nota.
A posição dos especialistas
Kalvin Bahia, economista principal da GSMA Intelligence, explicou que destinar toda a faixa de 6 GHz para o 5G traz mais benefícios em todos os países se as tecnologias de banda larga fixa não tiverem 5GB de velocidade. Ao passo que determinar toda a banda para o Wi-Fi, implica velocidades mais lentas e custos maiores no 5G.
O diretor sênior de Política de Espectro da GSMA, Luiz Felippe Zoghbi, lembrou que destinar espectro de 6 GHz para o FWA também traz benefícios imensos, já que seriam necessárias menos estações rádio base para conectar uma região, em relação às ondas milimétricas.