Evolução do 5G e conectividade via satélite são tendências em telecom: Ian Fogg, da Opensignal

A evolução do 5G e da conectividade via satélite são duas tendências de telecomunicações, segundo Ian Fogg, vice-presidente de análise da Opensignal. Em conversa com a DPL News, ele comentou o avanço das tecnologias neste ano e o desafio para o Brasil no 5G.

Tendências

O especialista comentou que as próximas versões do 5G são uma tendência, inclusive notada no Mobile World Congress. “Há uma área interessante em torno das próximas versões do padrão 5G, que estão sendo marcadas como 5G avançada”, disse. 

“Da mesma forma que o 3G e 4G, que houve uma marca de 3,5G e 4,5G, que foi chamado LTE advanced, estamos vendo empresas lançando em breve esse serviço 5G advanced, que melhorará a qualidade da rede 5G de novas maneiras”.

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Outra tendência observada por Fogg é a conectividade via satélite diretamente aos celulares. “A Apple lançou o serviço de mensagens de emergência via satélite para a linha iPhone 14 na América do Norte e em alguns países europeus no final do ano passado. Mas agora se vê muitas empresas fazendo anúncios sobre conectividade via satélite. Acho que os mais notáveis ​​no show são Bullitt e Mediatek.”

Ele explicou que as duas empresas inovaram porque o serviço de mensagens via satélite será bidirecional. Nas mensagens de emergência da Apple, por exemplo, o usuário apenas recebe as mensagens, é unidirecional.

A Mediatek apresentou sua solução de rede não terrestre (NTN) 5G no Mobile World Congress deste ano. Confira os lançamentos nesta entrevista com Samir Vani, diretor de Desenvolvimento de Negócios da MediaTek para a América Latina.

Na mesma linha, a Qualcomm anunciou o Snapdragon Satellite, que promete uma cobertura global, e mensagens bidirecionais para uso de emergência, SMS e outros aplicativos de mensagens.

“Acho que isso significa que, a médio prazo, todos terão cobertura o tempo todo, a menos que estejam no subsolo”, disse Fogg. Mas ele ressalta que, por enquanto, os anúncios são apenas para mensagens.

E quando essa cobertura vai se concretizar? O especialista da Opensignal diz que dependerá de quanta tração elas terão no mercado, do quão populares serão e da rapidez com que as operadoras de telefonia móvel vão ocupar esse espaço.

“Neste caso, você ainda precisa de uma operadora móvel com torres de celular porque o satélite não tem a capacidade de suportar streaming de vídeo”.

Desafio para o Brasil 5G

Fogg também comentou sobre o lançamento do 5G no Brasil, que está sendo acompanhado pela Opensignal. Ele disse que o uso das frequências liberadas após o leilão do 5G melhorou a qualidade das redes significativamente, em comparação com o 5G DSS (de compartilhamento dinâmico de espectro).

Em Brasília, por exemplo, a velocidade do 5G aumentou oito vezes, colocando a cidade em segundo lugar entre as capitais com maior velocidade de download e upload, somente atrás de Seul, na Coreia.

Daqui para frente, Fogg acredita que o desafio será manter a qualidade da rede conforme mais brasileiros acessarem a tecnologia. “Enquanto é novidade, não há muitos usuários, mas, com o tempo, haverá mais usuários. O desafio para as operadoras é como elas mantêm essa experiência 5G de altíssima qualidade à medida que mais e mais brasileiros adquirem telefones 5G”.