Banda de 6 GHz e aplicações: os desafios para 5.5G e 6G, segundo a Huawei

Barcelona.- Apesar de a implementação do 5G ainda ser recente, a Huawei está se preparando para o 5.5G, que começará a ser implementado em 2025, e para o 6G, a partir de 2030. 

Carlos Lauria, diretor de Relações Governamentais e Assuntos Regulatórios, e Atílio Rulli, vice-presidente de Relações Públicas para a América Latina e o Caribe, explicaram à DPL News as características e o que será necessário para essas etapas da rede móvel.

O 5.5G ainda usará as frequências do 5G, mas terá algumas características do 6G, pois é uma tecnologia de transição. “Por exemplo, a antena MIMO foi desenvolvida para o 5G, mas ela estava pronta antes e foi antecipada para o 4G. A indústria juntou um pouco dessas tecnologias e fez o 4.5G”, disse Lauria. O mesmo será feito com o 5.5G, antecipando tecnologias do 6G. 

Para isso, é necessário mais espectro – no caso, da faixa de 6 GHz – e que as operadoras consigam monetizar o 5G o suficiente para entender que vale a pena avançar para o 5.5G. “Também se espera que surjam aplicações matadoras, como aconteceu no 4G com o stream de vídeo, a Uber e AirBnB, que exigiram aumento de oferta de banda. Essas aplicações também precisam surgir”, afirmou o diretor.

6G

Já o 6G, previsto para 2030, será a plataforma que vai viabilizar a Inteligência das Coisas. “Em vez de ter dispositivos de Internet das Coisas, que são dispositivos burros, eles também vão ter inteligência dentro deles para decidir algumas coisas, como se comportar, seja um sensor, um acionador”. Essa característica está prevista para começar a ser implementada já no 5.5G, mas será mais completa no 6G. “A frase do 6G é inteligência das coisas”.

Lauria acrescentou que o 6G será sensorial, “poderemos, por exemplo, sentir cheiro [de forma virtual], coisas que a gente ainda não imagina como vão ser”.

Lauria e Rulli lembram que, no final deste ano, vários países vão apresentar sugestões de bandas para o 6G na Conferência Mundial de Telecomunicações. “Existem propostas sendo discutidas com a Anatel sobre quais poderiam ser as sugestões do Brasil. Mas ainda não está definido e a gente não teve nenhuma reunião sobre isso”, completou Lauria.

As frequências sugeridas na conferência deste ano serão avaliadas até 2027, quando a UIT vai bater o martelo sobre quais bandas serão destinadas ao 6G.