Estados brasileiros apresentam políticas públicas de inovação e conectividade

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O Ponto de Troca de Tráfego de São Paulo ultrapassou o de Frankfurt, na Alemanha, em 2020, informou Demi Getschko, presidente do NIC.br (Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR). Agora, a entidade está trabalhando para disseminar esse tipo de atividade para outros lugares do país, como nas regiões norte e nordeste.

Nesta quarta-feira, 9, o painel “Políticas de Conectividade e Inovação dos Estados”, da INOVAtic, teve início com a introdução de Getschko mostrando o alto nível de conexões do Brasil e a importância de descentralizar o tráfego de dados.

Também estiveram presentes Lucas Ramos, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pernambuco, e Marta Menezes, coordenadora de Modernização e Inclusão Digital da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior do Ceará. Eles abordaram alguns programas dos seus estados que possuem o objetivo de conectar a população e fomentar projetos inovadores.

Pernambuco

Ramos, de Pernambuco, lembrou que a Secretaria da Controladoria-Geral do estado teve o primeiro Laboratório de Inovação do Setor Público do Brasil. A expectativa é que cada secretaria estadual tenha um centro “conectado ao hub de inovação para o governo, que chamamos de Usina Pernambucana de Inovação”.

Trata-se de uma fábrica de ideias para solucionar desafios do setor público, como abastecimento de água e insuficiência energética. “A Usina Pernambucana é o caminho que precisamos para fazer contratos, convênios, executar políticas públicas e promover a capacitação dos servidores”, disse o secretário.

Ele também citou a Rede Pernambucana de Pesquisa e Educação (REPEPE), que pretende levar conectividade para pontos de interesse do setor público, como escolas, universidades e centros de saúde, por meio da infraestrutura de fibra óptica.

Ramos explicou que o governo federal implantou um cinturão em Recife, capital de Pernambuco, e outro em Petrolina que permitiram o tráfego mais rápido de dados. “Estamos falando de conectividade de até 100 Gbps de velocidade, baixíssima latência e altíssima qualidade”. A partir disso, o estado expandiu uma rede de 3 mil quilômetros de fibra óptica para conectar novos pontos de interesse.

“Hoje, um aluno que faz residência no Hospital das Clínicas em Recife pode ser assistido por um médico em Petrolina por meio dessa rede”, acrescentou. Na próxima fase do projeto, o objetivo é ligar todos os hospitais vinculados ao estado para realizar teleatendimento e procedimentos à distância.

Ceará

Menezes, do estado vizinho, comentou sobre o projeto Corredores Digitais, “o maior programa de inovação voltado para o desenvolvimento de empresas, produtos e negócios em áreas estratégicas da economia do Ceará”.

Segundo a coordenadora, o projeto está em sua sexta edição e, com o apoio do setor privado, já formou 6.567 empreendedores, apoiou 650 startups e ajudou a criar 50 novas empresas.

O programa busca startups que propõem soluções principalmente para os setores de saúde, educação e tecnologia da informação e comunicação, além de turismo, energias renováveis, agropecuária, entre outros.

Por fim, Getschko alertou sobre a importância dos estados investirem em backups e boas medidas de segurança, diante dos recentes ataques digitais a portais públicos. “Se você não tiver backup das suas informações e um dia for atacado por alguém que criptografou seus dados, você vai acabar pagando resgate”.