Brasil sobe em ranking de inovação com produtos criativos

Leer en español

O Brasil subiu três posições no Índice Global de Inovação (IGI) em comparação ao ano passado, chegando ao 54º lugar entre 132 países. Apesar da melhora anual, o país ainda não voltou à sua melhor marca: 47º lugar em 2011. Segundo a Confederação Nacional das Indústrias (CNI), isso se deve à redução dos investimentos na área a cada ano.

Em comparação com a América Latina, o país só perde para o Chile, que ocupa a 50º posição. No ano passado, o Brasil estava atrás do Chile, México e Costa Rica.

Os países mais bem colocados em 2022 foram Suíça, Estados Unidos, Suécia, Reino Unido, Holanda, Coreia do Sul, Singapura, Alemanha, Finlândia e Dinamarca.

Brasil

O Brasil caiu no indicador “insumos de inovação” de 56º para 58º em 2022, mas subiu seis posições em “produtos de inovação”, chegando à 53º colocação, o que explica a melhora no ranking geral.

O estudo diz que o país apresentou melhoras significativas em “Produtos criativos, inclusive em Ativos intangíveis e Criatividade online, bem como nos indicadores Marcas Registradas (19º) e Criação de aplicativos para dispositivos móveis (34º)”.

Relacionado: Metaverso na prática: como a plataforma impulsiona os negócios

“Isso quer dizer que, em relação aos investimentos em inovação, o Brasil piorou. Entretanto, é como se os agentes do ecossistema brasileiro tivessem feito mais com menos e obtido melhores resultados, apesar da queda nos insumos/investimento”, explica Gianna Sagazio, diretora de inovação da CNI.

Ela afirma que isso atesta as capacidades das empresas brasileiras. “Se houvesse investimentos perenes em inovação, o que não acontece, o Brasil poderia ser uma potência em inovação”, comentou.

A avaliação da CNI é de que falta uma política consolidada para a inovação, o que gera insegurança e atrasos ao setor. Um exemplo é a Medida Provisória 1136/22, que limita o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

Índice Global de Inovação

O Índice Global de Inovação é elaborado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês), uma agência especializada das Nações Unidas, em parceria com o Instituto Portulans e outras entidades internacionais. No caso do Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) é parceira desde 2017.

O IGI é calculado a partir da média dos subíndices “Insumos de inovação” e “Produtos de inovação”. O primeiro avalia elementos da economia que facilitam o desenvolvimento de atividades inovadoras – (1) Instituições; (2) Capital humano e pesquisa; (3) Infraestrutura; (4) Sofisticação do mercado; e (5) Sofisticação empresarial – e o segundo mede o resultado dessas atividades, e se divide em dois pilares: (6) Produtos de conhecimento e tecnologia e (7) Produtos criativos.