O Brasil melhorou seus indicadores de inovação em relação ao ano passado e agora é o 57º país no Índice Global de Inovação (IGI), entre 132 países. A colocação brasileira está 10 posições abaixo da obtida em 2011, quando atingiu a melhor marca, a 47ª posição.
Se comparado às outras nações da América Latina, o Brasil ocupa a quarta colocação, atrás do Chile, México e Costa Rica. O ranking é liderado pela Suíça.
A avaliação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) é de que o Brasil ainda tem muito a avançar, tendo em vista o tamanho e potencial da economia do país. O objetivo da pasta é colocar a nação entre as 20 primeiras posições do ranking até 2030.
Para o governo, a melhora reflete iniciativas ligadas à Política Nacional de Inovação, lançada no final de 2020, como os programas de apoio a startups.
Já a Confederação Nacional da Indústria (CNI) diz que três dos fatores que melhoraram a colocação do país foram a retração do PIB – que dá uma falsa percepção de avanço em razão do uso dessa medida relativa em alguns indicadores –, a inserção de novos indicadores e a boa atuação empresarial, refletida no desempenho em medidas como Produtos de alta tecnologia e Valores recebidos por uso de propriedade intelectual.
A CNI ainda pontua que há três indicadores sem dados para o Brasil, sendo que dois deles não são mensurados pelo governo – Gastos brutos com P&D por empresas e Gastos brutos com P&D Financiados a partir do exterior – e o terceiro se refere a Empresas que fornecem treinamento formal, medida que não foi atualizada para o país em relatório do Banco Mundial. “A ausência de dados tende a favorecer o posicionamento no ranking”, afirma o grupo.
O Brasil ainda carece de políticas de incentivo à inovação e tem sofrido cada vez mais com cortes do financiamento público à agenda de ciência, tecnologia e inovação, segundo a CNI. E as principais fraquezas do país são Formação bruta de capital, Facilidade para abrir uma empresa, Facilidade para obtenção de crédito e Taxa tarifária aplicada.
O IGI 2021 foi publicado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO, na sigla em inglês), em parceria com o Instituto Portulans, a CNI, a Confederação da Indústria Indiana (CII), a Ecopetro e a Assembleia de Exportadores Turcos (TIM).