A Huawei garante rigor na cibersegurança de seus produtos. Os equipamentos da Huawei são projetados considerando a segurança cibernética e a privacidade. Além disso, transparência, centros de testes e um laboratório independente garantem a segurança do produto.
A segurança dos produtos é uma questão prioritária para a Huawei. Só em 2021, a empresa investiu mais de US$ 1,08 bilhão em cibersegurança e proteção de privacidade.
Segundo Marcelo Motta, diretor de Cibersegurança e Proteção de Dados da Huawei América Latina, o desenvolvimento de todos os produtos da empresa é centrado em cibersegurança e privacidade. O rigor é tanto que existem centros de transparência, testes de clientes e de certificação de produtos, e um centro independente ou laboratório contratado para garantir o cumprimento das diretrizes.
E o cuidado não é para menos: a rede corporativa global da Huawei detecta e defende dezenas de milhões de ataques cibernéticos mensalmente. Na Nuvem pública, o número chega a centenas de bilhões de tentativas por ano, diz Motta em entrevista à DPL News. Apesar disso, ele explica que os aplicativos e plataformas são a parte do ecossistema que corre maior risco de vazamentos, não a infraestrutura de conectividade.
Motta também esclarece que o 5G é mais seguro que o 4G, mas os riscos aumentam à medida em que tudo se torna digital. O executivo da Huawei ainda compara qual tecnologia é mais segura: 5G ou WiFi.
Leia a entrevista com Motta:
Mirella Cordeiro: Como a Huawei garante a segurança dos seus produtos?
Marcelo Motta: Temos uma organização focada no tema, com quase 4 mil pessoas ao redor do globo. Estabelecemos o que se chama “cybersecurity and privacy by design” (cibersegurança e privacidade desde a concepção) com requisitos claros e pontos de controle nos mais diversos processos que utilizamos internamente, sendo o de pesquisa e desenvolvimento o mais importante deles.
Além disso, definimos um processo de garantia de conformidade por meio de um laboratório independente de nossas linhas de produto, com certeza o mais rigoroso do setor. Também temos centros de transparência, os testes de cibersegurança de clientes e os de certificação de produtos.
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Mirella Cordeiro: Como a Huawei adapta seus produtos às diferentes normas de segurança em diferentes países?
Marcelo Motta: Temos um mapa global de requisitos que atualizamos regularmente, o que serve de referência para os mais diversos processos internos: de desenvolvimento de produtos, de gerenciamento de parceiros, de manufatura, de logística, de vendas, de serviços, de operação e manutenção, dentre inúmeros outros.
Além disso, há as leis e regulamentos locais que se transformam em parâmetros nos processos locais, sempre com o objetivo de cumprir com as normas nos mais diversos países onde atuamos. Por exemplo, o prazo máximo para responder a um titular de dados privados é diferente na GDPR (Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados) da Europa e na LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) do Brasil, o que foi ajustado em nossa plataforma de tratamento dessas solicitações.
Mirella Cordeiro: A Huawei faz parte da iniciativa MANRS junto com outras fabricantes de equipamentos. Qual a importância de se investir em padrões de segurança?
Marcelo Motta: Padronização é importante para levar segurança para dentro dos sistemas e soluções, contribuindo para o aprimoramento da indústria de forma geral. Apoiamos e ativamente contribuímos com tais iniciativas, visto que investimos mais de US$ 21 bilhões em P&D no último ano e somos a empresa que mais solicita patentes no mundo por 6 anos consecutivos, de acordo com os rankings da Organização Mundial de Propriedade Intelectual (WIPO).
Mirella Cordeiro: Embora os riscos aumentem com o 5G, também é verdade que o 5G é a rede mais segura de todas as gerações anteriores. Como comunicar essa informação para a indústria e para as autoridades?
Marcelo Motta: Sim, por padronização a tecnologia 5G é muito mais segura que a 4G. Agora, além da conectividade da 5G, os riscos do espaço cibernético aumentam à medida em que tudo se digitaliza e mais aplicações e sensores se agregam a este ecossistema.
Logo, há uma multiplicidade de atores neste espaço e a abstração do modelo em quatro camadas ajuda a endereçar os riscos de cibersegurança nela presentes: camada de dispositivos de internet das coisas, camada de conectividade, camada de computação e camada de aplicações.
Por exemplo, atualmente a maior parte dos problemas de vazamento de dados acontecem na camada de aplicações, e não na camada de conectividade. E fraudes acontecem por meio da manipulação da operação dentro dos sistemas digitais existentes.
Pouco a pouco as autoridades tomam consciência disto, o que de fato ajuda na definição de ações preventivas, educativas e corretivas.
Costumamos dizer que cibersegurança é uma responsabilidade compartilhada visto a enormidade de atores envolvidos. Procuramos contribuir com a indústria de forma geral e com todo ecossistema local, por meio de cooperação e também de transferência tecnológica.
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Mirella Cordeiro: Como você compara a segurança de uma rede WiFi versus uma rede 5G?
Marcelo Motta: A rede 5G tem mecanismos de segurança e proteção de privacidade muito superiores e mais robustos que os de uma rede WiFi, a começar pela existência do SIM card para autenticação. Mas há outros aspectos como criptografia no plano de dados e de controle, segurança na interconexão com outras redes, etc.
Mirella Cordeiro: Como é a receptividade das empresas e dos governos no Brasil em relação aos produtos e serviços Huawei?
Marcelo Motta: Estamos no país há 24 anos e contribuímos decisivamente na construção da infraestrutura de banda larga fixa e móvel, por meio de parcerias de longo prazo com as maiores operadoras de telecomunicações e também os pequenos provedores de serviços de internet espalhados por todo o Brasil. Atendemos também a empresas e governos, com soluções de conectividade, armazenamento e processamento de dados e infraestrutura de TIC de forma geral.
Ao longo desses anos, estabelecemos uma ótima relação com o governo e sempre nos comunicamos e contribuímos com inovação e capacitação, benefícios de longo prazo para todo o ecossistema local.
A aceleração do processo de transformação digital permitirá mais benefícios ainda, como o potencial de desenvolvimento local de um novo mercado de integradores e desenvolvedores de aplicações.