Santa Rita do Sapucaí, Minas Gerais – Em evento organizado pela Huawei e pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel) nesta quinta-feira, 7, a empresa chinesa deixou claro que as ameaças à cibersegurança são um problema complexo e que dependem da união de governos, órgãos de normalização e provedores de tecnologia para serem resolvidos.
“O equívoco de que o país de origem afeta a segurança dos equipamentos e tecnologias de rede não é verdadeiro”, disse Sun Baocheng, CEO da Huawei, durante o Fórum Nacional de Cibersegurança, ressaltando que os setores público e privado devem trabalhar juntos para desenvolver uma compreensão unificada dos desafios de segurança cibernética.
Essa afirmação é especialmente importante para a fornecedora chinesa, que vem sendo alvo de políticas discriminatórias por parte dos Estados Unidos e de outros países que são pressionados pelos norte-americanos, com o pretexto de adotar uma “rede limpa” de espionagem chinesa.
O Brasil também sentiu essa pressão durante a elaboração do edital do 5G, mas o ministro das Comunicações, Fábio Faria, já afirmou que as redes comerciais não terão quaisquer restrições. No entanto, para a construção da rede privativa do governo, prevista no edital, as empresas deverão seguir alguns requisitos que podem deixar a Huawei de fora.
Por outro lado, durante o evento na sede do Inatel, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), representado por Paulo Alvim, secretário de Empreendedorismo e Inovação, esclareceu que não há nenhum questionamento técnico a respeito da atuação da Huawei em relação à pesquisa e desenvolvimento. “Para nós do MCTI, a Huawei é uma empresa instalada no Brasil que vem atuando em pesquisa e desenvolvimento e, por conta disso, é beneficiada pela Lei da Informática”, disse Alvim.
Leonardo Euler de Morais, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), afirmou que o procedimento adotado pela Anatel para todas as empresas é de zero trust, “você sempre verifica”. “Vale para todos que fornecem equipamentos de rede interna e estações rádio base”, explicou.
Por fim, Marcelo Motta, diretor global de Cibersegurança da Huawei, comentou que a empresa endereçou essas dúvidas de segurança de forma transparente, colocando seus equipamentos à disposição para serem avaliados por técnicos locais.
“A questão da segurança é um problema de todos. Portanto, a gente imagina que o tratamento deva ser feito de forma igualitária para todos os players do mercado, com uma análise objetiva, técnica e factual. Para nós, segurança é questão técnica, não política”, ressaltou o executivo.
O Fórum Nacional de Cibersegurança aconteceu nesta quinta-feira, 7, na sede do Inatel, em Santa Rita do Sapucaí. Também estiveram presentes no evento José Gontijo, diretor do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação Digital do MCTI; Ildeu Borges, gerente de Regulação da Conexis; Thales Marçal Vieira Netto, diretor de Gestão e Tecnologia da Informação do CNPq; Milton Kaoru Kashiwakura, diretor de Projetos do NIC.br; Carlos Nazareth Motta Marins, diretor do Inatel; Professor Wander (DEM), prefeito da cidade; e, por via remota, Joacil Basilio Rael, diretor da Autoridade Nacional de Proteção de Dados.