Os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, são os primeiros aeroportos do Brasil a usar o embarque por biometria facial. Trata-se da solução Embarque + Seguro, que substitui a apresentação de cartões de embarque e de documentos de identificação para os viajantes que partirem desses terminais.
A iniciativa usa tecnologia desenvolvida pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), possui 96% de assertividade e foi inaugurada nesta terça-feira, 9, com a presença dos ministros da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, da Cidadania, Ronaldo Bento, e do Turismo, Carlos Brito, em São Paulo.
Segundo o Serpro, o Brasil tem agora a primeira ponte aérea biométrica de ponta a ponta do mundo. A empresa também informou que o processo de implantação acontece de forma gradual e simultânea nas duas cidades. A expectativa é que todos os voos da ponte aérea contem com acesso facial biométrico até o dia 25 de agosto, informou o ministro da Infraestrutura.
Vale ressaltar que o procedimento tradicional continuará disponível para os viajantes.
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A vantagem do serviço é a facilidade e agilidade para os viajantes de voos com embarques biométricos acessarem as salas de embarque e, no caso de comissários de bordo e pilotos, a solução inclui acesso a áreas restritas dos dois terminais aéreos.
“Nós testamos o Embarque + Seguro em mais de seis mil passageiros, em sete aeroportos de grandes cidades do país. Isso nos permitiu dar esse passo concreto hoje em direção a essa tecnologia, que traz mais segurança, confiabilidade e mais agilidade e eficiência aos embarques”, afirmou Sampaio.
Os testes com passageiros foram realizados de outubro de 2020 a janeiro deste ano e, entre pilotos e comissários de bordo, quase 200 profissionais avaliaram o embarque de novembro de 2021 a janeiro deste ano. Como resultado, o tempo médio de embarque caiu de 7,5 segundos para 5,4 segundos por passageiro. Isso significa que será possível realizar mais embarques no mesmo tempo de processamento atual, correspondente a um ganho de 27%.
O presidente do Serpro, Gileno Barreto, explicou que ao optar pelo embarque biométrico, o cidadão dá o consentimento para o uso dos dados. E, se ele não quiser mais, os dados são descartados.
“Nossa tecnologia cruza dados da CNH e do TSE, qualquer falsificação de documento, o sistema detecta automaticamente. E o nosso reconhecimento facial tem um nível de assertividade superior a 96%. Ou seja, em 96% dos casos, nós damos 100% de match. Se não der o match, a pessoa não pode embarcar”, acrescentou Barreto.
Como funciona o embarque por biometria facial
Neste primeiro momento, o usuário precisa ter um documento biométrico válido, passagem aérea e acesso ao canal de cadastramento da companhia aérea. No canal, o passageiro precisa aceitar os termos da Lei Geral de Proteção de Dados e fazer a validação biométrica associada ao voo.
No aeroporto, a biometria facial será lida por totens para o acesso à sala de embarque e para o acesso à aeronave.