O caminho para desenvolver casos de uso específicos para o Brasil em 5G é o diálogo entre as operadoras de telecomunicações e a indústria. Essa foi a visão passada no 5G Summit Brazil por representantes da Claro, TIM e Vivo na manhã desta terça-feira, 16.
Durante o evento promovido pela Qualcomm, Alex Salgado, vice-presidente para B2B da Vivo, comentou que o 5G é a primeira tecnologia de mobilidade que terá mais aplicações de curto prazo no B2B do que no B2C. “Os consumidores vão ter mais velocidade, maior capacidade de inovação, mas no B2B a tecnologia já começou a ser aplicada”. Um exemplo é o Centro de Soluções 5G, da Vivo com o Centro Universitário FEI e a Ericsson, que desenvolve pesquisas e soluções para os setores industriais.
Os painelistas lembraram da necessidade de desenvolver aplicações voltadas para o mercado brasileiro, considerando suas características. Para isso, Salgado defende o diálogo constante com essas empresas, para entender como o 5G impacta o negócio e qual é a melhor tecnologia para cada cliente.
Paulo Cesar Teixeira, CEO da Claro, mostrou interesse e convocou o mercado corporativo para desenvolver novas parcerias, “nós temos disponibilidade, temos capex para isso e podemos participar de soluções particulares, individuais”.
Recentemente, a Claro fez um acordo com a Gerdau para implementar uma rede privativa 5G e LTE 4G na indústria de Ouro Branco, em Minas Gerais.
Cobertura, aplicações e dispositivos
O CTIO da TIM, Leonardo Capdeville, lembrou que o pilar essencial para aproveitar toda a capacidade do 5G – seja para o B2B ou para o consumidor final – é composto por cobertura, aplicações e dispositivos.
Ele comentou que a estratégia da TIM é começar com uma boa cobertura nas capitais brasileiras para garantir a qualidade e, com isso, atrair novas aplicações.
Em relação aos dispositivos, Capdeville disse que o Brasil ainda enfrenta a barreira dos impostos. “No 4G, tinha a Lei do Bem, que fez o custo do smartphone cair e se disseminar. Agora tem o benefício de escala, mas a parte dos impostos é uma barreira”.
O CEO da Qualcomm para a América Latina, Luiz Tonisi, mencionou que o imposto para trazer um produto eletrônico para o Brasil é de 69,7%.
Teixeira acrescentou que as operadoras tiveram um papel fundamental para trazer aparelhos para o Brasil que operam nas frequências 3,5 GHz e 2,3 GHz. O executivo afirmou que hoje a Claro tem uma base relevante de dispositivos 5G em seu portfólio porque a empresa investiu nesses smartphones ao longo dos dois últimos anos.
Agora, a Claro observa que o consumidor busca intensamente dispositivos 5G, o que tem influenciado a compra dos varejistas.