No Brasil, um drone pode entregar o seu almoço
A Speedbird Aero, empresa brasileira de drones, conseguiu a primeira licença para realizar entregas comerciais com aeronaves não tripuladas no Brasil. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) autorizou o modelo DLV-1 NEO a carregar cargas de até 2,5 kg em um raio de 3 km, tanto em áreas urbanas como rurais.
A licença foi obtida em parceria com o iFood, que será a primeira empresa a poder realizar entregas dessa forma na região.
A Anac determinou algumas medidas de segurança para o delivery, como não sobrevoar pessoas, manter distância de possíveis fontes de interferência eletromagnética, observar alturas máximas e mínimas de operação e as condições meteorológicas.
“No processo que levou a esta aprovação, as características técnicas foram exploradas com base em requisitos de segurança”, afirmou Roberto José Honorato, superintendente de Aeronavegabilidade da Anac. “A utilização de drones para entrega de mercadorias é uma das mais esperadas aplicações da tecnologia. O Brasil está na vanguarda.”
A conquista é um marco não só para a aviação brasileira, mas também para o segmento de delivery. “A diminuição dos tempos de entrega, a redução de custos e das emissões de poluentes, e otimização do tráfego terrestre são apenas alguns dos benefícios dessa atividade inovadora”, diz Manoel Coelho, CEO e cofundador da Speedbird Aero.
A expectativa da agência é que a prática leve ao desenvolvimento de novas ferramentas e soluções que permitirão operações cada vez mais avançadas e com menos restrições.
Testes
Segundo o iFood, o primeiro Certificado de Autorização de Voo Experimental (CAVE) foi obtido em 2020 para o modelo DLV-1 Legacy. Na época, foram feitos voos experimentais no Shopping Iguatemi de Campinas, em São Paulo. O resultado foi mais de 300 entregas realizadas pela empresa, com mais de 20 restaurantes parceiros.
No ano passado, o drone voou de Aracaju até a Barra dos Coqueiros, em Sergipe, num trajeto de 2,8 km. “Esse trajeto dura 5 minutos 20 segundos com o drone, sendo que o mesmo trecho percorrido por via terrestre demoraria entre 25 e 55 minutos, o que confirmou a validade do uso de drones como parte dos modais de entrega pela sua agilidade”, informou o iFood, em nota.
O processo para garantir a autorização da agência durou oito meses, com testes realizados em conjunto com Speedbird Aero, AL Drones e Anac.