As mulheres estão sub-representadas no mercado TIC no Brasil. Elas são apenas 5% dos CEOs e 33% dos gerentes e diretores das empresas de tecnologia da informação e comunicação (TIC). Os números foram apresentados nesta terça-feira, 12, no lançamento do programa Women in Tech, da Huawei, no país.
Adriana Recco, diretora de Comunicação da Huawei, também mostrou que as mulheres são apenas 14,8% dos estudantes em TIC e, aos 15 anos, apenas 0,5% das meninas querem seguir a carreira em tecnologia. Hoje, elas representam 36,9% dos trabalhadores da indústria TIC no Brasil.
Na abertura do evento, o diretor sênior de Relações Governamentais e Relações Públicas da Huawei, Atílio Rulli, disse que a inclusão de mulheres no mercado de tecnologia é um pilar global da empresa e que a Huawei pretende aumentar a participação de mulheres de 20% para 40% no seu programa de intercâmbio.
Por isso, o objetivo do programa Women in Tech é “alcançar as cinco regiões do país, dar visibilidade à causa e firmar parcerias com ONGs, iniciativas privadas, entre outros”, disse Recco. “Porque só nos unindo vamos conseguir acelerar esse processo de transformação na sociedade”.
Por que as mulheres são minoria
Isabelle Nascimento de França, analista em Tecnologia da Informação e chefe de gabinete do Ministério da Educação, participou do evento para falar sobre liderança feminina. Ela acredita que as pessoas têm dificuldade de imaginar mulheres em posições de liderança porque temos vieses inconscientes que dificultam isso.
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“Como as mulheres são criadas? Quando chegamos na loja de brinquedo, as meninas são direcionadas para a parte rosa, de bonecas, e os meninos vão para a parte de super heróis, brincam de consertar as coisas”, comentou. Isso faz com que os homens cresçam sabendo o quanto eles são bons e capazes de ir para áreas técnicas.
Além disso, as meninas são elogiadas pela aparência e os meninos pela inteligência. “Por isso as mulheres ficam inseguras quando as oportunidades chegam e acontece a síndrome da impostora”, disse.
A chefe de gabinete acredita que, para melhorar, as mulheres devem investir principalmente na capacitação comportamental e participar de redes de apoio. E acrescentou que as características exigidas atualmente para cargos de liderança são as mesmas que grande parte das mulheres já têm: persistência e resiliência; comunicação; empatia e abertura com o próximo; flexibilidade; e criatividade.