KPMG: 20% das empresas já investem em 5G no Brasil

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Uma pesquisa recente da KPMG no Brasil revelou que 71% das empresas cujos executivos foram entrevistados planejam investir no 5G em até cinco anos. Outras 20% já estão investindo, 8% não souberam informar e apenas 1% declararam que não vão investir na nova tecnologia.

Os números foram apresentados no estudo “Tecnologia 5G: A hiperconectividade que vai mudar o mundo”. Foram entrevistadas 110 pessoas, sendo que 32% eram CFOs (diretores financeiros), 18% eram CEOs (presidentes) e o restante estava dividido entre outros cargos como diretores de tecnologia e de tecnologia da informação.

Apesar dos planos para implementar a quinta geração da rede móvel nos negócios, 46% dos executivos não souberam responder quanto será investido no 5G. Entre os que têm o orçamento definido, 25% pretende investir até R$ 1 milhão, 14% deve investir entre R$ 1 milhão e 10 milhões, e outros 15% disseram que o desembolso será de R$ 11 a 50 milhões.

Em relação ao prazo para as aquisições de infraestrutura e demais recursos, 27% disse não ter uma data definida. Cerca de 26% pretende fazer os investimentos em mais de 24 meses; 19% afirmou que será um e dois anos; 10%, entre 7 e 12 meses; e 3%, em até seis meses. Os 15% restantes não informaram.

Segundo a KPMG, essa indefinição indica que ainda falta segurança sobre os investimentos no Brasil, pelo menos no curto prazo. Eles esperam a estrutura do 5G se concretizar e os casos de uso se mostrarem relevantes para os negócios.

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Vale lembrar que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) colocou o limite de 2029 para o 5G estar ativado em todo o território nacional e, até julho deste ano, a tecnologia terá que funcionar em todas as capitais. Isso significa que, em menos de cinco meses, a quinta geração da rede móvel estará disponível nas cidades mais importantes do país, mas ainda faltam equipamentos com o custo mais acessível, legislações adequadas e mais casos de uso.

Entre os executivos que já possuem um planejamento mais claro, 20% disse que os recursos serão direcionados para a área de infraestrutura de Tecnologia da Informação (TI) e cloud, com o objetivo de capturar novas oportunidades. Outros 14% pretendem melhorar a experiência do cliente com experiências mais imersivas, por exemplo.

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A pesquisa também revelou que a maior preocupação das empresas, com 23% das respostas, é a segurança. A KPMG explica que isso acontece porque a nova tecnologia funciona com uma teia de dispositivos distribuídos em toda a rede, fazendo com que existam diversos pontos de monitoramento. “Com essa descentralização de rede e suas aplicações práticas nas empresas, os riscos cibernéticos necessitam de novo direcionamento na estratégia de segurança, exigindo uma adaptação a essa nova realidade.”

Outro ponto que recebe atenção das empresas é em relação ao custo de implantação e manutenção, que foi apontado por 20% dos questionados.

A boa notícia é que mesmo com algumas inseguranças quanto aos investimentos, prazos e riscos, as companhias acreditam nos benefícios do 5G. “Não é uma questão de ‘se’, mas sim de ‘quando’”, diz o documento. Aproximadamente 36% dos executivos esperam que suas empresas comecem a perceber os benefícios da 5G entre 13 e 24 meses; 30% acreditam que esses resultados serão visíveis depois de 2 anos; 22% defendem que os resultados virão no curto prazo, entre 6 e 12 meses; e outros 12% não têm certeza sobre o horizonte temporal.

Dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) mostram que os profissionais estão certos: um aumento de 10% da cobertura de banda larga na América Latina e no Caribe ajudaria no aumento médio de 3,2% do produto interno bruto e de 2,6% no aumento da produtividade.

“A tecnologia 5G aponta para um futuro de novas oportunidades. Não é exagero afirmar que essa hiperconectividade irá mudar o mundo, assim como aconteceu com a popularização da Internet no início dos anos 1990. O que não sabemos ainda é até onde essa evolução poderá chegar. […] Que sejam iniciados os investimentos.”