A Iniciativa 5G Brasil, grupo formado por mais de 300 provedores de Internet (ISPs), se transformou na empresa ISPs do Brasil, informou Rudinei Gerhart, consultor de negócios em Telecomunicações, durante o evento virtual INOVAtic Sul.
No ano passado, as empresas se reuniram para defender os mesmos objetivos no leilão do 5G, como a venda conjunta de lotes das faixas de 700 MHz e 3,5 GHz na licitação.
“A Iniciativa 5G Brasil se consolidou, tem mais de 300 sócios e está prestes a lançar um fundo de investimento em participações, que reúne a cotização de cada ISP e que consegue dar o subsídio necessário para fazer os investimentos que pretendemos”, explicou Rudinei.
Atualmente, a ISPs do Brasil está captando recursos dos próprios sócios, construindo core de rede, interconectando as redes e já tem negociações com grandes operadoras e com operadoras regionais que precisam de infraestrutura, complementou.
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Vantagens dos ISPs
Segundo Gerhart, os ISPs possuem duas vantagens competitivas: a capilaridade de infraestrutura e a capilaridade comercial. “Podemos atender, no atacado, as operadoras que precisam chegar em municípios distantes no Brasil com qualidade e entrega de capacidade necessária para instalação de infraestrutura de 5G, isso começa a se reverter em negócios.”
Em relação à capilaridade comercial, o consultor diz que “talvez não exista no mercado abrangência tão grande como temos hoje nos ISPs regionais. Eles têm acesso ao portão e conhecem o cachorro do cliente”, brincou. “Isso é muito positivo e dá condições não só de explorar o 5G no varejo, mas como qualquer outro produto”.
A proximidade com os clientes também foi destacada por Fabiano Vergani, CEO da XPlay. “Esses provedores locais têm o CPF dos assinantes, então eles podem vender outras coisas além da Internet fixa, como a Internet móvel”, comentou.
Ele acrescenta que os ISPs devem entrar no mercado móvel porque o 5G deverá tirar alguns clientes da Internet fixa com o FWA (fixed wireless access), por exemplo.
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FWA
Sergio Tófani, diretor regional Centro Oeste da Huawei, esteve no evento e comentou sobre a função do FWA. Para ele, a tecnologia não deverá substituir a fibra óptica, mas servirá como um complemento.
Muitas vezes os ISPs têm dificuldade para passar a fibra, devido ao time to market, à demora da implantação em áreas remotas ou à impossibilidade de passar a infraestrutura por conta do licenciamento ou do alto custo. “O 5G vai ser fundamental para essa composição da rede”, informou.
“Nos grandes centros, onde tem áreas impossibilitados de passagem de fibra, o FWA vai fazer essa composição e, da mesma forma, nas cidades menores é importante ter a visão de que um não vai substituir o outro, mas sim vai ter uma complementação da rede 5G e FTTH”, concluiu.
Ainda esteve presente no debate Wendell Oliveira, diretor-presidente da Ligga Telecom (antiga Copel Telecom).