ISPs não podem ficar de fora do leilão do 5G, diz consultor

O consórcio “5G do Brasil”, que reúne mais de 200 provedores regionais (ISPs), foi lançado há pouco mais de um mês e continua crescendo, segundo Rudinei Carlos Gerhart, consultor de Estratégias para Telecomunicações da APP do Brasil e coordenador da iniciativa. 

Gerhart explicou que os empresários estão estudando todos os aspectos que norteiam o leilão. “Se os operadores regionais ficarem de fora do 5G, ou eles terão que se submeter aos modelos de negócios que forem estabelecidos ou terão o futuro complicado”, disse o consultor durante evento da INOVAtic nesta sexta-feira,11.

Para ele, os ISPs devem entrar no processo para manter a competitividade. “Todo mundo ganha. É uma questão de manter as receitas e as riquezas dentro do país e é uma questão de sobrevivência desses atores tão importantes localmente”, comentou.

O grupo é organizado por um conselho com três membros de cada região do Brasil, totalizando 15 mentores. Além disso, o consórcio possui quatro comissões: jurídica e regulatória, técnica, financeira e de relações institucionais. 

Gerhart não deu detalhes sobre a forma como as companhias participarão do leilão.

Carlos Baigorri, conselheiro da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), acredita que consórcios podem ser uma possibilidade na licitação. “Desde que fique muito bem caracterizado quem é o responsável pelas obrigações perante a agência”, afirmou.

Planos da Brisanet

José Roberto Nogueira, CEO da Brisanet, disse que sua companhia pretende brigar sozinha pelo bloco de 3,5 Ghz do Nordeste e que também estará atenta à faixa de 700 Mhz, se não for arrematada por alguma operadora nacional na primeira rodada. 

“Os compromissos são gigantes. Por exemplo, no nordeste, o bloco de 700 Mhz traz o compromisso para atender 11.600 km de estradas federais, além de falhas. Caso não tenha a opção do roaming, vai ser um problema”, comentou. 

“Mas seria de grande relevância uma operadora regional também ter essa faixa. Quando você olha o interior do Brasil, o 5G estará presente nas áreas urbanas e, nas áreas rurais, precisaria de uma frequência como 700 Mhz para complementar”.

Nogueira afirmou que as grandes operadoras estão interessadas em cerca de 500 grandes cidades brasileiras, deixando como oportunidade para os ISPs mais de 5 mil municípios, onde o rendimento é menor.

Ele também acredita que, nos primeiros seis anos de 5G no Brasil, os provedores regionais deverão focar na banda larga para complementar a fibra, principalmente entre o público de baixa renda. Já aplicações como Internet das Coisas só serão possíveis depois desse período.

Edital do 5G

Sobre o edital do 5G, Baigorri informou que a Anatel já encaminhou toda a documentação para o Tribunal de Contas da União (TCU), que está analisando o documento. Ele explicou que o tribunal ainda não fez recomendações, só pediu por esclarecimentos

“Não é porque a unidade técnica fez um questionamento que a gente vai alterar a proposta do edital. Vamos esperar a manifestação do tribunal para reavaliar a necessidade de alteração da minuta”, esclareceu.

O conselheiro ainda afirmou que, caso as recomendações do TCU exijam pequenas alterações, basta publicar um novo acórdão, após decisão do Conselho Diretor. Se as mudanças forem substanciais, será necessário fazer uma nova consulta pública. “Eu não vejo, em nenhum desses cenários, um problema muito grande de prazo”, concluiu.

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