ICT LAC Summit: como conciliar crescimento digital e sustentabilidade

A sustentabilidade e o crescimento da conectividade, bem como o papel dos fundos setoriais nesse contexto dentro das telecomunicações foi um dos temas abordados no ICT LAC Summit que ocorreu entre os dias 3 e 5 de dezembro em Salvador, Bahia, com um olhar para as características individuais de cada país, na busca por um consenso digital regional.

Dessa forma, Fernando Machuca Manevy, diretor-presidente da Comissão Nacional de Telecomunicações (Conatel) do Paraguai, compartilhou que uma das principais metas da Comissão é reduzir a lacuna digital, especialmente na região oriental do país, que abrange 80% de seu território, mas que abriga apenas 3% da população.

Com a faixa de 700 MHz, as obrigações regulatórias exigem que localidades sem conectividade sejam incluídas durante o período de vigência das licenças. Ele ressaltou a importância do fundo de serviços universais, que é 100% utilizado para conectar regiões onde a operação não é rentável para as empresas. “O desenvolvimento tecnológico deve estar harmonizado, e depende de nós promovermos essa transformação digital”, declarou.

Honduras: Internet como um direito

Por sua vez, Gerardo Torres, Vice-Ministro das Relações Exteriores de Honduras, apresentou os avanços na ampliação da cobertura de internet no país e defendeu a ideia de que a internet deve ser tratada como um direito, o que exige ação efetiva do Estado para garantir o acesso a toda a população.

Além disso, destacou a necessidade da integração regional em uma cooperação para fortalecer a conectividade, com foco na assistência mútua em desastres, infraestrutura portuária e redes de fibra óptica.

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Chile: Inovação e pragmatismo regulatório

No Chile, um dos países mais tecnológicos e inovadores da região, a base de dados para treinamento de IA tem sido extraída de câmeras de vigilância das cidades. Rodrigo Ramírez Pino, presidente da Câmara Chilena de Infraestrutura Digital (Idicam) do país, ressaltou que nos últimos três anos, foram construídos 2 mil quilômetros de fibra óptica com recursos públicos e privados por lá. No entanto, ele enfatizou os desafios relacionados à falta de convergência entre diferentes setores para viabilizar grandes projetos de conectividade, como a implementação da própria fibra.

Ele também abordou o debate sobre o fair share no contexto da América Latina, ressaltando que o tráfego de dados aumentou exponencialmente após a pandemia e que este é, sim, um tema a ser debatido até chegar em uma solução, já que representa um desafio para a sustentabilidade do tráfego de dados. “O tráfego aumentou após a pandemia, de 100 para 760 gigabits de consumo, é evidente que deve haver investimento por parte das big tech”.

Sustentabilidade e impacto ambiental no setor TIC

Reyna Ubeda, conselheira do Grupo de Estudos 5 da UIT-T “Meio Ambiente, EMF e Economia Circular”, no setor de normalização da União Internacional de Telecomunicações (UIT), destacou a importância de incorporar a eficiência ambiental no setor de telecomunicações. 

Ela mencionou uma iniciativa-piloto da UIT para medir o impacto das emissões de gases de efeito estufa e convidou operadoras da região para participarem de um projeto piloto, inspirado em um modelo já implementado pela França.

Além disso, Reyna enfatizou a necessidade de criar métricas para avaliar o impacto do consumo de energia e água em data centers, bem como no uso de inteligência artificial, reforçando a importância de padronizações globais no setor.

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