Ainda são cerca de 1.300 imóveis no escuro e sem comunicação, operadoras dependem da Enel para restabelecer o serviço
Foram 2.100.000 residências impactadas pela chuva com fortes ventos na sexta-feira, 3, que derrubou mais de 100 árvores entre outras dezenas de postes na capital e região metropolitana de São Paulo. A Enel, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, levou cerca de cinco dias para o restabelecimento da força na maior parte da cidade. Mas até o momento ainda são cerca de 1.300 pontos ainda no escuro, sem que a Enel ao menos dê algum parecer aos clientes prejudicados.
Segundo Carlos Baigorri, presidente da Anatel, em audiência pública na Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, 8, a agência monitora baterias e geradores usados pelas empresas de telefonia em situações de crise, para que o serviço não seja interrompido. Contudo, ele explicou que após cinco dias sem energia elétrica, é possível que grande parte dessa reserva chegue ao fim.
As operadoras de fato utilizaram estes recursos e, perguntada sobre como tem lidado com a situação neste momento, a Vivo respondeu que “os serviços estão sendo normalizados, seguindo o restabelecimento da energia”.
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Prefeito cogita enterrar fios e cobrar taxa da população
Um projeto em parceria com a Enel começou no final do ano passado, porém, até o momento, não saiu do papel. Empresas destacam que os principais desafios são os custos elevados das obras e o impacto na mobilidade e, no auge do apagão, em coletiva de imprensa na segunda-feira, 6, Ricardo Nunes, prefeito da capital paulista disse que um dos caminhos para viabilizar o projeto era cobrar uma taxa dos moradores.
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O Ministério Público pede esclarecimentos para a Enel sobre imóveis afetados, medidas tomadas, e principalmente sobre o que a empresa vai fazer para que episódios como esse não se repitam. Já existe uma CPI que investiga a Enel desde maio para apurar as circunstâncias de sua concessão. O Tribunal de Contas do Município (TCM) abriu processo administrativo contra a concessionária e esta tem 15 dias para responder.
Muita gente segue prejudicada com equipamentos queimados e alimentos estragados sem refrigeração sem que a Enel dê respaldo ou atenda a população pelos canais de serviço de atendimento ao consumidor (SAC). O poder público do estado e da cidade de São Paulo também tem sido duramente criticado pela falta de responsabilização e ação de prevenção a situações desta magnitude.