A fim de acelerar a implementação do IPv6 nas redes de telecomunicações do Brasil, o Conselho Diretor da Anatel aprovou um Plano de Ação que norteará a adoção do novo protocolo de internet, desde pequenas prestadoras de serviços até o governo, cujos sites operam exclusivamente no IPv4, ou seja, sem fazer uso do dual stack.
Segundo o conselheiro Artur Coimbra, relator da proposta, tal iniciativa surge da necessidade de modernizar e garantir a segurança das infraestruturas digitais do país, principalmente no que diz respeito sobre a guarda das portas lógicas, o que é um ponto de limitação do IPv4, além da escassez do número de endereços de IP.
Atualmente, o Brasil apresenta uma adoção de cerca de 50% do IPv6, sendo o segundo país da América Latina com maior uso desse protocolo, atrás do Uruguai. A Anatel identificou uma estagnação neste avanço, de forma que o novo Plano de Ação prevê a reativação do grupo de trabalho sobre IPv6, que agora estará sob a governança do Grupo Técnico de Suporte à Segurança Pública.
Entre as medidas propostas estão, além do já citado diagnóstico e fomento à adoção do IPv6 por prestadoras menores, a atuação junto a provedores de conteúdo para assegurar a segurança das portas lógicas, e a ampliação do suporte ao IPv6 nos equipamentos de telecomunicações, bem como ações de conscientização para o setor; medida que a agência já tomou junto a Huawei.
Além disso, o Conselho Diretor decidiu que a Superintendência de Planejamento e Regulamentação deve avaliar a inclusão de discussões sobre a guarda das portas lógicas e a adoção do novo protocolo na Agenda Regulatória 2023-2024.