A governança e sustentabilidade de operações espaciais também foi um dos temas abordados no evento ICT LAC Summit, em Salvador, Bahia. Aarti Holla-Maini, diretora do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (UNOOSA) em Viena, destacou que para garantir operações espaciais seguras, é necessário um esforço coordenado internacionalmente, uma abordagem que busca estruturar a Unicef com a Copuos (Comitê das Nações Unidas para o Uso Pacífico do Espaço).
Essa iniciativa avalia impactos da atividade espacial no que tange ao aumento de colisões, e de resíduos, preocupações que também estão no radar da GSOA, Associação Global de Operadores de Satélite. Michele Caldeira ressaltou que a entidade tem desenvolvido tratados e convenções que orientam seus associados a acompanhar todo o processo da atividade, desde o lançamento até o descarte do satélite ao fim da missão.
“Essa indústria tem se transformado muito rapidamente e a importância que o satélite exerce e continuará exercendo pelo uso cada vez maior das constelações, nos obriga a tomar ações de uso racional e responsável”, declarou.
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Entre 2016 a 2023, os pedidos de exploração de satélites ao redor do mundo saltou de 56 para 516, evidenciando um aumento exponencial desse tipo de conectividade, disse Aarti Holla-Maini. Apesar de alcançar áreas rurais e remotas, a atividade satelital proliferou-se significativamente.
Por sua vez, Sidney Azeredo Nince, Superintendente de Outorgas e Recursos para Prestação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), reforçou que o segmento satelital está passando por uma mudança de paradigma, observando que no Brasil, o ciclo das redes se reduziu para cinco anos, “então temos que nos adequar para garantir nossa autonomia digital diante dessa rápida mudança”, concluiu.