Um estudo da ConectarAGRO revelou que o investimento em conectividade em uma fazenda de 1.500 hectares pode trazer economia de média de R$ 177 por hectare. Os dados foram revelados por Renato Bueno, diretor de Novos Negócios da Nokia no Brasil e representante da ConectarAGRO, durante a AGROtic 2021, nesta terça-feira.
O executivo explicou que o objetivo da pesquisa era entender quais são os benefícios da conectividade no campo, pergunta que muitos agricultores fazem às companhias de infraestrutura de telecomunicações.
A associação analisou a gestão de agroquímicos, de combustíveis, de pessoas, manutenção e segurança em uma lavoura de algodão, milho e soja. A conclusão é que com o monitoramento em tempo real, propiciado pela implementação de tecnologia no campo, houve eficiência de 4% na aplicação de defensivos agrícolas, gerando uma economia de R$ 184 mil no ano.
Também foi possível aumentar a produtividade em 5% na gestão dos combustíveis, levando a R$ 27,8 mil de economia anual. “Segundo alguns estudos, pode chegar a ter 20%, mas nós assumimos 5% de eficiência nessa análise”, afirmou Bueno.
Quanto à administração de pessoas, houve melhora de 2% de produtividade, representando uma redução de R$ 18 mil no custo. Para isso, houve “aplicações de apontamento, de otimização e alocação de tarefas”.
A manutenção preditiva de peças que poderiam quebrar aumentou a eficiência em 2%. Isso significa “identificar um desgaste de uma peça, de um motor, de uma solução específica e poder atuar antes daquilo quebrar e ter um dano muito maior na máquina”, disse o diretor da Nokia.
O campo brasileiro é um local suscetível a questões de vandalismo e roubos. Com o monitoramento e equipes de combate a essas situações houve um ganho de quase 50% nos casos de insegurança, informou.
“A conclusão do estudo é que numa fazenda de 1.500 hectares, eu tenho uma economia em um ano de cerca de R$ 266 mil. O que leva a uma economia média de R$ 177 por hectare por ano”, destacou Bueno.
Ele concluiu afirmando que esse valor é muito mais do que suficiente para possibilitar o investimento em conectividade e em aplicações digitais. “Esse investimento se sustenta. Eu acho que a gente precisa agora educar, buscar soluções, buscar maneiras de acelerar a adoção dessa atividade no campo”, concluiu.
No mesmo evento, já foi debatida a importância de ampliar o ecossistema digital na agricultura, pois pode reduzir o custo da produção, aumentando o lucro e tornando o mercado mais competitivo.
“Não tem por que essa jornada não começar imediatamente. […] É necessário que esse investimento ocorra agora para o Brasil poder manter sua competitividade”, destacou Paulo Bernardocki, diretor de Redes e Tecnologia da Ericsson para o Conse Sul da América Latina.