Salvador, Brasil.- Infraestrutura, conectividade e segurança cibernética são os principais desafios que enfrenta a América para avançar na transformação digital, apontou Eduardo Chomali, especialista Sênior e Coordenador de Negócios em Transformação Digital do CAF -Banco de Desenvolvimento da América Latina e do Caribe, na ICT LAC Summit.
A partir de um olhar comparativo do cenário global, Chomali afirmou que a região ainda precisa acelerar seus investimentos em tecnologia para competir com economias mais avançadas, como as da OCDE, que possuem uma capacidade de computação e inovação digital muito mais robusta.
“Atualmente, apenas uma pequena parcela do comércio regional é realizada por meio de plataformas digitais, cerca de 10%, refletindo a baixa adoção de ferramentas tecnológicas por parte do setor produtivo”, disse. Segundo o especialista, esse é um dos pontos que coloca a América Latina em desvantagem em relação a outras regiões, como a Europa.
Inteligência artificial
O mesmo ocorre no tema de inteligência artificial (AI), no qual a região segue em estágio inicial, presa em debates sobre marcos regulatórios e de uso eficiente da tecnologia. “A América Latina é uma região desigual por natureza”, observou. “Países como Brasil, Uruguai, Argentina e Costa Rica têm grandes multiplicadores, mas existem discrepâncias em relação a outros países da região que precisam ser revisadas ou pelo menos trabalhadas para completar o mercado”.
Além disso, iniciativas políticas e regulatórias estão sendo discutidas para promover a inclusão digital e a adoção de tecnologias de ponta. A criação de um fórum de parlamentares digitais na região é um passo importante para a troca de boas práticas e para o desenvolvimento de políticas públicas que incentivem o uso de plataformas digitais de forma segura e eficiente.
Conectividade significativa
O aumento da conectividade também traz à tona a questão das desigualdades regionais. Embora o acesso à internet tenha melhorado, com 80% da população da América Latina conectada, a qualidade da internet móvel ainda deixa a desejar. A média de velocidade da banda larga móvel na região é de 115 x 81, refletindo a necessidade de investimentos em infraestrutura para garantir a competitividade global da região.
Por fim, Chomali apresentou estratégias da CAF para a transformação digital, que dão foco à indústria 4.0, tecnologia e semicondutores; economia digital; inovação em governo digital; inclusão digital e cidades inteligentes.
“A construção de uma economia digital sustentável, que valorize as particularidades locais, também é vista como um caminho para melhorar a competitividade da América Latina no cenário global”, finalizou.