Operadoras e provedores reforçam expectativas de maior convergência no futuro das telecomunicações

São Paulo.- Anatel, Embratel, Huawei e Caixa Econômica discutiram o tema telecomunicações para um futuro ainda mais conectado em um dos painéis da FebrabanTech, nesta terça-feira, 27. A conclusão é de que a tendência para os próximos anos é de que as telecom e TI se fundirão cada vez mais.

A diretora executiva da Embratel, Maria Teresa Lima, contou que a operadora tem investido fortemente na área de dados porque é essa base que permite conhecer melhor o cliente e oferecer produtos cada vez mais personalizados. “Para além da conectividade, as empresas querem gerar valor. As camadas de dados proverão mais eficiência para seus clientes e cada vez mais as operadoras devem promover automação. É um caminho para os próximos anos”, acrescentou Gustavo Borges, superintendente de controle de obrigações da Anatel.

O posicionamento da Embratel e da Anatel são uma resposta às necessidades de grandes empresas, à exemplo da Caixa Econômica Federal que, como um banco público, possui enorme tráfego de transações e dados, exigindo atendimento de diferentes serviços para colocation, núvem, operação de rede e conectividade. “Precisamos que as operadoras caminhem junto com a gente, pois queremos oferecer aos nossos clientes acesso aos nossos serviços com conectividade e qualidade”, disse Guilherme Mendes, gerente nacional de telecomunicações da Caixa.

Neo Gong, diretor sênior da Huawei, reforçou a importância da convergência entre ecossistemas e colaboração multiplataformas, ao compartilhar uma experiência do Quênia na África. Segundo Gong, a maior plataforma de pagamentos neste país é oferecida por uma empresa de telecomunicações e o motivo disso, é justamente por este setor ser o maior possuidor de base de clientes e, por consequência, de dados. “Isso é valor agregado”, pontua. “Essa plataforma ofereceu 26 bilhões de transações. É muito mais do que todas as transações oferecidas por um banco no Quênia”, contou.

Neo Gong Huawei
Neo Gong. Crédito: FebrabanTech

A tecnologia 5G é a maior impulsionadora dessa convergência, uma vez que, como é sabido, conecta não só pessoas como coisas e diferentes setores, portanto, cada vez mais as operadoras buscam formas de agilizar sua ampliação em todos os mais de cinco mil municípios brasileiros. O superintendente da Anatel, Gustavo Borges, avaliou que essa meta levará ao menos 10 anos para a cobertura alcançar todos os pontos como rodovias federais, estaduais e zonas rurais, enquanto o Neo Gong da Huawei já avaliou a chegada do 6G em cerca de seis anos.