A Oi concluiu a venda da participação de 9,99% que ainda detinha na Pharol, encerrando um dos vínculos societários mais controversos da história recente do setor de telecomunicações entre Brasil e Portugal. A fatia foi adquirida pela Burlington Loan Management DAC, entidade afiliada à gestora americana Davidson Kempner, que passou a deter 19,95% do capital da Pharol e tornou-se seu maior acionista individual.
A gestora já havia comprado, em 2023, uma participação de 9,55% que pertencia ao Novo Banco. Ambas as aquisições ocorreram em mercado regulamentado, por meio de bolsa, conforme comunicados enviados à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), em Portugal.
A Pharol, que teve seu auge como Portugal Telecom antes da fusão com a Oi em 2014, transformou-se em uma holding de investimentos após vender sua operação de telecomunicações à francesa Altice.
Desde então, a empresa tenta se reerguer no mercado português e registrou em 2024 seu primeiro lucro líquido em nove anos: 24,2 milhões de euros.
Do lado brasileiro, a alienação ocorre no contexto do segundo processo de recuperação judicial da Oi, iniciado em 2023, após o insucesso do plano original aprovado em 2018. A operadora vem se desfazendo de ativos e participações para reduzir seu endividamento e concentrar esforços no foco operacional e na manutenção dos serviços fixos.