Um estudo realizado pelo hub de inovação Distrito elencou 14 startups brasileiras com potencial para se tornar unicórnios em 2022.
Atualmente, o Brasil tem 21 empresas com valor superior a US$ 1 bilhão, sendo que dez deles chegaram a esse patamar no ano passado: MadeiraMadeira, C6, Hotmart, Mercado Bitcoin, Unico, Frete.com, CloudWalk, Merama, Olist e Facily.
O relatório Corrida de Unicórnios traça um perfil da primeira e segunda gerações de startups brasileiras que se tornaram unicórnios e sustenta a ideia de que uma terceira geração está em formação. Ao final, o documento ainda lista 14 empresas aspirantes a unicórnios.
Primeira e segunda gerações
Para a primeira geração, foram consideradas startups que atingiram o valor bilionário até o final de 2019 e que foram fundadas até 2013. O modelo de negócio que teve maior sucesso nesse período foi marketplace, seguido por Software as a Service (SaaS) e Pay-per-use.
O tempo médio para essas empresas se tornarem unicórnios foi de 6,9 anos. Alguns unicórnios desta geração são o Nubank, Ifood, QuintoAndar e 99.
A segunda geração é formada por startups que atingiram o valor de US$ 1 bilhão a partir de janeiro de 2020. Para o Distrito, essas empresas chegaram a um mercado mais consolidado com capital para ser investido, graças aos casos de sucesso da primeira geração. Também foi destacado o fato de essas empresas terem fundadores mais experientes e a maior presença de RetailTech.
Os principais modelos de negócios seguiram sendo marketplace e SaaS, mas também apareceram e-commerce e transactional. Unico, Hotmart, Mercado Bitcoin e Loft foram algumas startups que representam esse grupo.
Segundo o Distrito, a principal diferença entre as gerações é a maturidade do mercado. “A primeira geração precisou provar que seu modelo de negócio era confiável, passando por um longo período de validação, balanceando seus gastos e focando na rentabilidade, pois haviam poucos fundos no país e muitas delas precisaram captar dinheiro no exterior.” Por isso, essas empresas teriam demorado mais para se tornarem unicórnios.
Já o segundo grupo teve fundos nacionais e maior atenção de investidores internacionais, “aumentando o capital disponível e possibilitando uma impulsão da estratégia de crescimento em altos gastos para escalar com velocidade”. Além disso, a transformação digital que vem acontecendo fez com que as startups chegassem a um maior número de pessoas mais rapidamente, precisando de menos rodadas de investimento para chegar ao valor bilionário.
Terceira geração
O hub de inovação defende que existe um terceiro grupo em formação, com uma velocidade ainda maior de crescimento. “Outra característica será a finalização da transição de startups mais antigas se tornando unicórnio, abrindo ainda mais espaço para as novas startups terem o protagonismo em serem unicórnios.”
Isso deve acontecer devido a maior consolidação do ecossistema de inovação; a transformação digital se expandindo, com destaque para a chegada do 5G; fundadores ainda mais experientes; o Marco Legal das Startups, que pretende criar um ambiente regulatório favorável para empresas inovadoras; e o aquecimento de novos setores, como as HRtechs, Healthtechs e Agtechs, que vêm se destacando em relação a aportes de investimentos.
As startups que podem fazer parte desta terceira geração são: Buser, Cora, Kovi, Tembici, Fazenda Futuro, Cortex, ContaAzul, Contabilizei, Zoop, LivUp, Open Co, Warren, a55 e Pipefy.