Plano Brasil Digital 2030+ reúne frente ampla para desenvolver o país pela tecnologia
Brasscom apresenta estratégia unificada com governo, empresas e sociedade civil, para articular reforma do país com foco em tecnologia, como fez a China há 40 anos.
Em sua segunda fase, o Plano Brasil Digital 2030+ (BD30+), uma estratégia de governança unificada, voltada para a transformação digital, criada por iniciativa da Brasscom (Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação), foi formalmente apresentada nesta quinta-feira, 28, reunindo autoridades governamentais e associações empresariais, financeiras e industriais, que estão juntas em uma frente ampla para o desenvolvimento econômico do Brasil, por meio do uso e produção de tecnologias digitais, a exemplo do que fez a China há 40 anos.
Para tanto, o BD30+ conta com a adesão de 13 ministérios do governo federal, representantantes de estados e municípios, além da colaboração de acadêmicos e 14 entidades de diferentes setores como a Febraban (Federação Nacional dos Bancos), a ABES (Associação Brasileira das Empresas de Software), Abranet (Associação Brasileira de Internet), o CNI (Confederação Nacional das Indústrias), entre outras.
Dividido em quatro grandes ambições e seis pilares estratégicos que passam pela infraestrutura; tecnologias estratégicas; PD&I, educação e capacitação; inclusão social e digital; e ambiente de negócios, o Plano trabalha sob metas baseados em indicadores e dados que miram em ambições nada modestas como transformar o Brasil em um dos líderes mundiais nas tecnologias estratégicas como inteligência artificial, semicondutores e data centers.
“É fundamental que o Brasil atue nessas cadeias produtivas sem dependência externa e olhe para isso não só como um desafio, mas como uma grande oportunidade”, disse Renata Mieli, coordenadora do Comitê Gestor da Internet (CGI.br) e assessora especial do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Esta segunda fase busca detalhar e estruturar os indicadores e metas para os seis pilares estratégicos, tanto na esfera pública, quanto na esfera privada até o fim do primeiro semestre de 2025. A primeira fase consistiu na concepção de tudo e na entrega do documento ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tem feito um governo baseado no fomento e financiamento tecnológico.
Atílio Rulli, vice-presidente de relações públicas para a América Latina e Caribe da Huawei e membro do conselho (CDESS) do Plano, explicou que a ideia é que seja um trabalho de transformação de longo prazo, e contínuo, que possa ser executado independente de quem governa.
Consonância com acordo do G20
Um aspecto que coincide com o que ficou definido no tratado final do G20 sob a liderança do Brasil, é o pilar de combate à desinformação que se interconecta diretamente com o pilar de educação e capacitação; essencial para que o Brasil saia do ranking de países que mais difunde fake news por conta do baixo índice de letramento digital.
Além disso, esse eixo também defende uma plataforma unificada que contenha todos os dados de crianças de até seis anos de idade, garantindo uma formação completa, inclusiva e que as capacite já nos primeiros anos para o mundo digital e tecnológico. “É desde aí que o trabalho deve ser feito, sem educação e sem capacitação antes de tudo, é impossível alcançar tais metas”, enfatizou Priscila Cruz, presidente executiva do Todos pela Educação.