Oi e Claro passam por mudanças em suas lideranças e estruturas de governança, sem mulheres
Operadoras passam por reestruturação em várias frentes diretivas, com corpo gestor inteiramente formado unicamente por homens.
As operadoras Oi e Claro anunciaram esta semana reformulações em suas lideranças e estruturas organizacionais. Em momentos distintos de reestruturação, as decisões refletem ajustes e reposicionamentos que buscam fortalecer a gestão e a governança de ambas as companhias no mercado de telecomunicações.
Na Oi, o recém-eleito conselho de administração escolheu Marcelo José Milliet como novo diretor-presidente e de relações com investidores. Milliet, ligado à consultoria Íntegra, assume a liderança em um momento de reestruturação, após coordenar transformações na Paranapanema. Rodrigo Aguiar, também sócio da Íntegra, foi nomeado diretor de finanças, enquanto Fábio Wagner assume como diretor jurídico.
As alterações também impactaram o conselho de administração, que terá Paul Aronzon e Francisco Roman Lamas Mendez-Villamil como presidente e vice, respectivamente. Com a nova estrutura acionária decorrente da conversão de dívidas em ações, a antiga diretoria, liderada por Mateus Affonso Bandeira, deixou a empresa. Além disso, comitês internos foram descontinuados, e novos nomes foram indicados ao Comitê de Auditoria, Riscos e Controles.
Enquanto isso, na Claro, Rodrigo Marques, que atuava como vice-presidente de estratégia e operações, foi promovido a CEO. Ele estará à frente de áreas como Unidades de Consumo e PME, Engenharia, TI e Segurança da Informação. O presidente da Claro no Brasil, José Félix, permanecerá à frente das áreas Financeira, Jurídica, Compras, RH, Institucional e Grandes Empresas.
Paulo César Teixeira, que ocupava o cargo de CEO desde 2017, passa a integrar o novo Conselho Consultivo Brasil, presidido pelo mexicano Daniel Hajj. A transição foi acompanhada por um comunicado interno de José Félix, que destacou as contribuições de Teixeira e celebrou a promoção de Marques, reforçando a confiança no potencial da nova liderança.
Falta diversidade
Em ambos casos, nota-se um movimento inverso ao que tem promovido a reguladora Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), na figura do conselheiro Alexandre Freire, em compromisso com os 17 Objetivos para o desenvolvimento sustentável (ODS), sobretudo no que diz respeito à inclusão.
A presença de mulheres em cargos de liderança tem sido apontada como um fator essencial para a inovação e adaptação das empresas aos novos paradigmas de mercado, além de contribuir para a melhoria dos índices de igualdade de gênero e diversidade nas empresas de telecomunicações.