Criador do ChatGPT começa a escanear íris de brasileiros
Projeto World inicia oficialmente no Brasil nesta quarta-feira, 13 e oferece criptomoeda como incentivo para usuários que se registrarem.
O projeto World, cocriado por Sam Altman, CEO da OpenAI, propõe o escaneamento da íris de brasileiros para criar uma forma avançada de verificação de identidade humana. O serviço se inicia oficialmente nesta quarta-feira, 13, e tem como objetivo diferenciar pessoas de robôs de inteligência artificial (IA), visando substituir o sistema captcha e combater perfis falsos em redes sociais, por exemplo.
A ideia é que, por meio de um escaneamento da íris, cada pessoa receba um código digital exclusivo que possa ser usado como verificação de identidade em plataformas digitais. Funciona assim: o scaner transforma a imagem da íris em uma sequência numérica, garantindo uma identidade única do usuário sem precisar guardar a foto da íris.
Como incentivo para os usuários que se registram, uma criptomoeda é oferecida, a Worldcoin (WLD) que poderá ser usada dentro do ecossistema da World e cujo valor equivale a cerca de R$330 (US$ 56). A plataforma disponibiliza ainda um aplicativo que possibilita as transações da criptomoeda e gerencia sua identidade digital.
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Além da autenticação em sites e redes sociais, a World sugere que seu sistema de verificação digital poderia ser adotado por governos para processos eleitorais ou até para implementar uma renda básica universal usando a Worldcoin como moeda, dando a entender que o projeto possui ambições de longo alcance que vão além da simples verificação de identidade.
No Brasil, o projeto começou com um piloto em São Paulo e agora está expandindo sua operação para coletar dados de íris em dez pontos na cidade, principalmente em shoppings. A imagem é capturada com a Orb, uma câmera de alta resolução que criptografa e deleta a imagem após convertê-la em um código. Segundo a World, a participação é voluntária, gratuita, e sem necessidade de dados pessoais como nome, telefone ou e-mail.
Preocupações e críticas
Apesar do potencial inovador, o projeto enfrenta questionamentos sobre privacidade e ética. Especialistas apontam que, mesmo sem armazenar a imagem, o código da íris ainda é um dado biométrico sensível e pode gerar implicações caso seja reutilizado.
Eles também questionam a segurança de uma organização privada ter acesso a informações biométricas para “proteger” a população, e sugerem que o projeto poderia invadir a privacidade sob a justificativa de oferecer segurança digital.