Valor – Taís Hirata
A indústria brasileira terá que superar profundas deficiências para fazer uma transição tecnológica. As lacunas das empresas vão desde a formação do pessoal até os equipamentos antigos, incapazes de produzir qualquer tipo de dado ou análise digital. A avaliação é do Diretor Global de Estratégia e de Tecnologia da Siemens, Peter Körte.
“É difícil generalizar, porque o Brasil tem indústrias muito avançadas, como a de diagnósticos de saúde, que tem grupos inovadores que competem a nível global. Porém, na média, quando olhamos para empresas de pequeno e médio porte, o Brasil está bastante atrasado”, afirmou o executivo, em conversa com o Valor.
Além da falta de educação digital nas fábricas, a estrutura de tecnologia da informação é, muitas vezes, desprovida de itens básicos, avalia o executivo. A idade do maquinário utilizado nas fábricas é outro entrave. No Brasil, a média é de 17 anos, enquanto na Alemanha, é cinco anos, e, nos Estados Unidos, sete anos. “Os equipamentos das fábricas, na média, são tão antigos que não se consegue extrair qualquer tipo de dado deles”, diz.