O embaixador da Argentina no Brasil e ex-candidato à presidência, Daniel Scioli, anunciou em sua conta no Twitter o objetivo de produzir semicondutores entre Argentina e Brasil.
“Com as autoridades para o desenvolvimento de indústrias de alta e média complexidade tecnológica no Brasil, estamos trabalhando para colocar em operação a fábrica em Minas Gerais, um projeto binacional”, antecipou o responsável.
“Os semicondutores (chips) são um insumo estratégico que fortalece a soberania produtiva e poucos países no mundo os produzem”, publicou Scioli.
Ainda não há mais detalhes sobre o anúncio, que deve ser oficializado na próxima semana. Há algumas semanas, durante o encerramento da feira EconAR, o secretário de Economia do Conhecimento, Ariel Sujarchuk, antecipou que os chips começarão a ser produzidos localmente, segundo o La Nación.
Projetos que não deram certo
A crise pela escassez de chips no mundo colocou muitas nações em alerta, que decidiram realizar projetos importantes para não depender principalmente da produção asiática. Assim, os Estados Unidos promulgaram a Lei do Chip, que prevê investimentos de US$ 52 bilhões.
Devido à concorrência internacional, ao baixo custo dos semicondutores asiáticos e aos altos investimentos exigidos pelas fábricas de semicondutores, os projetos de produção local na Argentina e no Brasil fracassaram.
O estado de Minas Gerais tinha um projeto de fábrica de semicondutores para a Companhia Brasileira de Semicondutores (CBS), que mais tarde se tornou a SIX Semicondutores, onde o empresário argentino Eduardo Eurnekian chegou a ter uma participação acionária. Ele também era dono da Unitec Blue, a única empresa de fabricação de nanotecnologia na Argentina que fechou em 2018.
A Unitec Blue foi uma empresa que nasceu em 2013, com uma fábrica de nanotecnologia na cidade de Chascomús, onde foram fabricados centenas de milhões de cartões SIM, cartões de crédito, chips contactless e outros produtos que exigiam micro e nanochips. Mas com a chegada de Mauricio Macri ao governo em 2015, a mudança na política econômica com a abertura das importações e conflitos na família Eurnekian, a empresa começou a reduzir sua produção até finalmente fechar.
Por outro lado, no Brasil, em 2021 houve uma tentativa de liquidar o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (CEITEC), empresa estatal de semicondutores ligada ao MCTI, mas posteriormente o Tribunal de Contas da União interrompeu o processo. A CEITEC foi criada em 2008 e chegou a ser a única empresa da região a pós-processar wafers de forma independente.