Após divulgação da receita com aumento em todas linhas de negócio da operadora no segundo trimestre, CEO Alberto Griselli fala que fim do zero rating é inevitável.
Alberto Griselli, CEO da TIM, afirmou que vai “diminuir” a disponibilidade de dados gratuitos para utilização de redes sociais como o WhatsApp. A declaração foi dada em resposta à pergunta de jornalistas em coletiva de imprensa nesta terça-feira, 1 de agosto.
Na noite anterior à coletiva, a operadora divulgou em comunicado que fechou o segundo trimestre de 2023 com um aumento de R$638 milhões em seu lucro líquido, uma alta de 104%, o dobro comparado ao mesmo período do ano passado. Isso se deve em grande parte às estratégias de investimento no pós-pago, que tem sido um dos grandes focos da TIM nos últimos tempos, mas todos os serviços tiveram alta de lucro, inclusive telefonia fixa.
Ainda assim, a TIM avalia o corte do zero rating. “Quando iniciamos essas ofertas o momento era outro. Com a pandemia e o lockdown, o WhatsApp que era só um aplicativo de mensagens, passou a ter outras funções, as pessoas passaram a consumir mais redes sociais e consequentemente mais dados”, explicou Griselli. “Possivelmente diminuiremos o zero rating nos próximos anos e como será, depende da evolução da proposta de valor de cada plano.”
No pré-pago a TIM obteve um crescimento de quase 12% em ARPU (Receita líquida mensal por usuário), mas uma queda de 11% na base de assinantes. Na telefonia, apenas 6,5%, ainda assim em alta.
Fibra óptica, desligamento das redes 2G e 3G e reforma tributária
Um dos trabalhos em curso da operadora é diminuir o número de clientes em cobre e transferí-los para a fibra e evitar evasão para as concorrentes. Sócia da IHS Towers, a operadora prevê crescimento vertical, priorizando serviços de banda larga fixa onde já está presente com a tecnologia FTTH. “Nas 80 cidades onde operamos, vamos focar nosso crescimento em cima desse “footprint'”, afirmou o CEO.
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Outro questionamento levantado na conversa com jornalistas, foi se com a forte liderança da TIM no 4G e com a expansão no 5G, se é considerado o desligamento das redes 2G e 3G. E a resposta foi não.
“Há consumo de energia das redes 2G e 3G, mas ainda há clientes. Houve uma redução drástica, mas para fazer o desligamento é preciso primeiro garantir que o 4G chegue nessas regiões e não vamos esperar o desligamento para fazer o refarming” reforçou um porta-voz da TIM. Além disso, a operadora tem em andamento com a Anatel uma tentativa de tratativa para que não se homologue mais dispositivos puramente 3G.
Ainda em breve depoimento sobre o impacto da reforma tributária no setor de teles, por enquanto a TIM se posiciona neutra. “Estamos acompanhando de perto, junto com a Conexis e divulgaremos qualquer novidade. Pra gente é importante saber o que vamos poder usar como crédito”, concluiu porta-voz sobre a falta de informações substanciais acerca dos valores e de entendimento da lei complementar que só deve valer a partir de 2024.