A DPR é uma fabricante brasileira de equipamentos e tecnologias para o setor de telecomunicações, instalada em Sorocaba, São Paulo, onde atua há 30 anos. Após consolidar sua presença no mercado nacional, a empresa agora se prepara para expandir suas operações na América Latina e nos Estados Unidos, com um plano de ação que terá início em 2025 e um investimento de R$ 15 milhões. Neste momento, a DPR está se destacando na região, participando de feiras como a EXPOISP, que ocorreu na Colômbia entre os dias 18 e 19 de outubro.
Em entrevista à DPL News, Vander Stephanin, vice-presidente da DPR, compartilha detalhes sobre esses planos de expansão, incluindo o recente caso de plágio de patentes que a empresa enfrentou e venceu na justiça. Confira a seguir:
DPL News: A DPR recentemente enfrentou um pleito judicial relacionado a patentes. O senhor poderia comentar sobre esse caso?
Vander Stephanin (VS): “A DPR tem um forte compromisso com a inovação, com um histórico de 30 anos e mais de 100 patentes. Nossa equipe é altamente capacitada e conectada com as necessidades do mercado. Não copiamos; reinventamos tecnologias existentes. Embora a situação das patentes no Brasil tenha melhorado, ainda estamos longe de um nível ideal. Proteger invenções é crucial para salvaguardar o investimento em pesquisa e desenvolvimento, que é caro e demorado. O desafio é que, muitas vezes, desenvolvemos tecnologias, e outros as copiam sem fazer esse investimento, o que nos penaliza no mercado. Apesar dos desafios legais, seguimos inovando e prevemos o lançamento de cinco novos produtos até o final do ano.”
DPL News: Como essa luta por patentes impactou os negócios da DPR?
VS: “É um desgaste financeiro significativo. Temos mais de 20 processos em andamento contra empresas que copiaram nossos produtos. Essa batalha é desgastante e desvia nossa atenção do que deveríamos estar fazendo: desenvolvendo e vendendo. Infelizmente, precisamos de uma equipe jurídica para nos proteger, em vez de focar exclusivamente na inovação.”
DPL News: O senhor pode nos dar mais detalhes sobre os próximos produtos que serão lançados e as áreas que eles vão atender?
VS: “Estamos focados na construção de redes e, neste momento, nos preparando para internacionalizar nossas operações na América Latina e nos Estados Unidos.”
DPL News: Para quais países da América Latina vocês vão?
VS: “Estamos mirando a América Latina como um todo. Já estamos na Colômbia, com um projeto grande na República Dominicana e vamos entrar no México. A construção de redes no Brasil diminuiu, e agora é preciso otimizar o que já foi feito. A América Latina representa uma grande oportunidade, pois está onde o Brasil estava há 10 anos, com muito a ser construído.”
DPL News: E quanto aos Estados Unidos? Qual é a visão para esse mercado?
VS: “Nos EUA, a rede já é bem construída, mas precisa de upgrades, especialmente para fibra. A vantagem é que lá não temos a competição de produtos de baixo custo e o mercado preza por qualidade. Vamos montar uma operação lá no início de 2025, já estamos em prospecção e participação em feiras. Temos um parceiro que quer atuar conosco, e não é a Nokia, mas nós já somos vistos como um potencial player no mercado.”
DPL News: Sobre a parceria com a Nokia, o que ela envolve?
VS: Estamos trabalhando em todo o portfólio da Nokia, exceto nas grandes operadoras. Temos a Algar como cliente. A Nokia reconheceu que, devido ao seu tamanho, não consegue atender todas as demandas rapidamente, então os parceiros, como nós, vão assumir essa responsabilidade. Estamos focados em provedores e considerando expandir para novas verticais, especialmente em wireless, onde a Nokia tem um grande foco.
DPL News: E sobre os investimentos para expansão? Qual é a estimativa?
VS: Em 2024, estimamos que os investimentos, entre desenvolvimento e expansão, somem entre 10 a 15 milhões de reais. Isso deve aumentar em 2025, à medida que implementamos nossas operações na América Latina e nos EUA.
DPL News: Como vocês se veem em relação à concorrência atualmente?
VS: “Continuamos sendo uma das maiores empresas do setor. O mercado está passando por uma consolidação, e muitos novos entrantes não possuem a experiência necessária. Com 30 anos de mercado, acreditamos que essa fase é uma oportunidade para nós. Acreditamos que, mesmo com a diminuição de fornecedores, vamos nos manter fortes.”