Teletime – Bruno do Amaral
A renegociação da dívida da Oi com a Anatel para chegar à mais da metade (55%) do valor original, alongando o período de pagamento para 2033, recebeu críticas de analistas de investimento. A avaliação de quem acompanha o mercado é que o desconto foi condizente ou “abaixo do esperado”.
Em relatório assinado pelos analistas Carlos Sequeira e Osni Carfi, o BTG Pactual diz que a redução de R$ 20,2 bilhões para R$ 9,1 bilhões (ou R$ 7,3 bilhões, já considerando os depósitos judiciais feitos pela operadora) “não pode ser considerado um negócio ruim”, mas seria “pior do que nós estávamos esperando”. Isso porque o banco estaria com expectativa de que a empresa pudesse atingir o teto máximo possível pela legislação: de até 70% de desconto, segundo o Art. 10-C da Lei nº 14.112/2020.
Também pesou que o acordo original da Oi com a Anatel em 2020 já era de 50% de desconto na dívida, com previsão de pagamento em 84 meses. Pela Lei 14.112, seria possível também alongar a dívida para até 120 meses. O acordo com a agência divulgado na terça-feira previu redução de 55% e prazo de 126 meses, com o último pagamento em abril de 2033.