Nos últimos dias, têm circulado múltiplos rumores no mercado sobre o possível desenvolvimento de novos semicondutores pela Huawei, que permitiriam a integração do 5G em seus dispositivos móveis, bem como o desenvolvimento de chips especializados em Inteligência Artificial (IA). Isso tem aumentado as expectativas dos investidores em relação ao desenvolvimento do mercado chinês de semicondutores.
De forma surpreendente, a Huawei lançou no mercado chinês seu carro-chefe, o Mate 60 Pro, que apresenta características notáveis, como uma tela de 6,82 polegadas composta por vidro Kunlun, certificação IP68 contra água e poeira, bem como capacidade de voz via satélite.

No entanto, o que causou agitação nas redes é a possibilidade de que este seja o primeiro telefone 5G da Huawei, após pouco mais de três anos em que o governo dos Estados Unidos proibiu o fabricante chinês de acessar patentes essenciais de quinta geração.
Diversos meios de comunicação relatam que o Mate 60 Pro chegou às lojas online e físicas da Huawei sem aviso prévio, com um preço de 6.999 yuanes. Aparentemente, nas lojas físicas em Shenzhen, as unidades se esgotaram em menos de uma hora após o lançamento, enquanto os compradores online terão que esperar até 17 de setembro para receber o dispositivo.
O Android Authority relatou que o telefone estaria disponível apenas para venda no mercado chinês, sem planos para lançamento em mercados fora da Ásia.
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A descrição das características do Mate 60 Pro na página de e-commerce da Huawei omite detalhes sobre o processador instalado. No entanto, menos de um dia após o lançamento, surgiram diversos vídeos de desmontagem do smartphone, nos quais os usuários afirmam que o telefone está equipado com um processador Kirin 9000 com conectividade 5G.
De acordo com meios de comunicação locais, a empresa não confirmou nem negou os rumores.
No início de agosto, também foi relatado por fontes da indústria que a Huawei teria elevado sua previsão de vendas de telefones móveis de 30 milhões para 40 milhões até 2023.
Isso foi o suficiente para que os investidores apostassem no mercado de ações de empresas de semicondutores chinesas, uma vez que o desenvolvimento de um semicondutor com conectividade 5G apontaria para avanços na indústria em sua busca por superar as restrições do governo dos Estados Unidos.
Segundo informações da Reuters, o setor de semicondutores da China subiu mais de 2,5% na quarta-feira, registrando ganhos semanais de até 8%. O fabricante Semiconductor Manufacturing International Corp. (SMIC) teve um aumento de cerca de 10% durante a semana.
Além disso, alguns dias antes, durante o Fórum de Empreendedores Chineses de 2023, Liu Qingfeng, fundador da HKUST Xunfei, uma empresa chinesa especializada em IA, anunciou uma parceria com a Huawei para desenvolver uma unidade de processamento gráfico (GPU) que equivaleria ao desempenho da NVIDIA A100.
No ano passado, o governo dos Estados Unidos anunciou restrições adicionais ao acesso a certos componentes voltados para o processamento de IA desenvolvidos por empresas americanas. Especificamente, proibiu a venda das GPUs A100 e H100 da Nvidia, bem como do MI250 da AMD.
Se for confirmado que a Huawei conseguiu desenvolver tanto chips com 5G quanto componentes para processamento de IA, isso demonstraria o rápido crescimento da indústria de semicondutores chinesa e uma maior competição com os Estados Unidos pelo domínio tecnológico.