Valor – Malu Delgado
O 5G abre uma avenida para a completa automação de veículos e novos negócios, mas há sérios obstáculos de infraestrutura no Brasil que devem ser levados em conta, alertam estudiosos do tema. Aliado a essa nova tecnologia se expande o conceito Maas, Mobility as a Service, explica Marcus Quintella, diretor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Transportes. “Vamos ter veículos autônomos, elétricos, compartilhados, semáforos inteligentes, economia de energia, rastreamento de pessoas e cargas, acompanhamento em tempo real da cadeia de suprimentos, mas esse mundo da conectividade veicular depende de uma situação física e o Brasil está muito atrasado na logística e na infraestrutura instalada”, diz Quintella.
Para ele, um futuro com controle de tráfego e segurança viária por meio do 5G, com impactos na mobilidade urbana e na logística, não será realidade em dois anos. “Há muita incerteza porque a instalação do 5G é complexa”, diz. Segundo Georgia Sbrana, vice-presidente de assuntos corporativos da Ericsson para o Cone Sul da América Latina, “o 5G está mudando a forma como os fabricantes de equipamentos originais automotivos (OEMs) projetam e constroem seus veículos, como os veículos operam nas ruas, como os clientes interagem com eles e como os OEMs podem monetizar seus produtos”. O fato de as funcionalidades de um veículo passarem a depender cada vez mais de softwares bem desenhados abre a possibilidade de novos modelos de negócios – veículos ofertados “como serviço baseado em assinatura ou sob demanda”, exemplifica. Em parcerias com Volvo, Audi, Scania, Einride, entre outros, a Ericsson está de olho no mercado mundial de carros conectados, avaliado em US$ 166 bilhões em 2025, quando 53% dos veículos serão conectados de acordo com o BCG (Boston Consulting Group)”.
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