Sindicatos rejeitam proposta da Oi e alertam para risco de demissões em massa

As principais federações de trabalhadores do setor de telecomunicações – FENATTEL, FITRATELP e FITT/Livre – intensificaram as críticas à condução da recuperação judicial da Oi e à postura da administração judicial. 

Em notas, as entidades expressaram indignação com as decisões da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ), que podem levar à liquidação da operadora a partir de 1º de novembro, alertando para o risco de demissões em massa.

Além de denunciarem o “silêncio” da administração e dos interventores judiciais – Tatiana Binato (Serede e Tahto) e Bruno Resende (Oi S.A.) – diante dos pedidos formais de diálogo, as federações afirmam que os trabalhadores vivem um clima de insegurança e incerteza quanto ao futuro da empresa e dos empregos. 

As entidades também acusam a Oi de ter quebrado, pela primeira vez, um acordo coletivo, ao não pagar a parcela do Programa de Participação nos Resultados (PPR) de 2024, que estava prevista para 21 de outubro.

Em paralelo, a Comissão de Negociação da Fenattel informou ter rejeitado, em reunião realizada em 22 de outubro, uma proposta da Oi que mantinha a data-base, mas sem reajuste de salários e benefícios, além de propor alterações na cláusula de transição profissional e o fim do PMUC (Programa de Medicamento de Uso Contínuo). 

A federação reforçou a manutenção integral do Acordo Coletivo de Trabalho e cobrou nova rodada de negociações, ainda sem resposta da empresa.

Os sindicatos insistem que a operadora possui ativos suficientes para se reerguer sem recorrer à liquidação, citando a participação de 27% na V.tal, os mais de 7 mil imóveis próprios e créditos em disputa com a União. 

“A Oi é gigante e tem patrimônio para sair da crise. Faltam vontade e coragem para decidir a favor dos trabalhadores”, afirmaram as entidades, pedindo que a Justiça assegure a continuidade das operações e a preservação dos empregos.