A rede neutra é um caminho natural no desenvolvimento das telecomunicações no Brasil, segundo os palestrantes do painel Ascensão do 5G, no evento CEO Conference, do BTG Pactual. Segundo Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, as soluções de rede neutra são essenciais para popularizar os serviços de telecomunicações, “é uma tendência natural”.
O Head Soluções e Cibersegurança da Huawei América Latina, Marcelo Motta, explica que os pequenos provedores são responsáveis por quase metade dos acessos de banda larga fixa. Agora, eles estão migrando para a rede móvel.
Atualmente, já existe demanda por mais Estações Rádio Base no Brasil. Com o 5G, o tráfego será ainda maior. “Não faz sentido criar redes de backbone ou mesmo redes de acessos paralelas, se podemos usar essas redes [que já existem] para fazer com que o serviço chegue de uma forma mais rápida aos consumidores e empresas”, disse.
Ele acredita que as iniciativas de operadores neutros são muito positivas até mesmo para acelerar a penetração do 5G no Brasil por meio dos provedores regionais.
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Aílton Santos, CEO da Nokia, acrescenta que a rede neutra faz com que as empresas compartilhem recursos e, assim, cada uma pode focar no seu objetivo de negócios principal, gerando economia onde não faz diferença na cadeia de valor.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, deu o exemplo do programa Norte Conectado, que leva fibra óptica à região amazônica. “Com a rede neutra, a gente atinge o Brasil todo de maneira rápida, diminuindo o custo das operadoras, consequentemente diminuindo o preço para o cliente final”, comentou. “Tenho certeza de que para um país do tamanho do Brasil não existe outra alternativa a não ser essa.”
Próximos passos do Ministério das Comunicações
Questionado sobre os próximos passos, Faria afirmou que primeiro vem o investimento em infraestrutura e, junto, tem que haver capacitação. “Por isso a gente conecta escolas”, comentou. “E ‘vender’ o Brasil para que a gente se torne um hub de inovação.”
O objetivo é atrair empresas do exterior para investirem no país e transformar o Brasil em um hub de inovação, colocando-o na ponta da economia digital.
O ministro também afirmou que, até o final do ano, serão 14 mil escolas conectadas, sendo que 5.700 serão anunciadas após o carnaval.