O ministro das Comunicações, Fábio Faria, afirmou nesta terça-feira, 14, que a conectividade fornecida pelos satélites Starlink tem velocidade superior à de outras empresas, sugerindo que poderiam ser usados para melhorar a qualidade da Internet em diversas instituições no país.
Faria abordou o assunto em uma audiência na Câmara dos Deputados. Ele foi chamado por quatro comissões para esclarecer o suposto acordo com Elon Musk, homem mais rico do mundo e dono das empresas Starlink e Tesla, para conectar escolas em áreas rurais e monitorar a Amazônia.
Ele reafirmou que até o final deste ano todas as escolas do Brasil com energia elétrica estarão conectadas, por meio de um acordo com a RNP e com a Viasat, em parceria com a Telebras.
Depois disso, o Ministério das Comunicações vai focar em investir nas escolas sem energia elétrica e em melhorar a conectividade das escolas, isso porque existem instituições de ensino no país com velocidade de conexão de 1 Mbps, “muito fraca”, explicou.
O ministro também disse que as empresas vencedoras do leilão do 4G, em 2012, precisam conectar escolas rurais com 4G. “A única que consegue fazer isso é a Starlink, via satélite. Mas quem decide é a Anatel e quem contrata a internet para as escolas são as empresas”.
Faria comparou a velocidade de Internet fornecida pelos satélites Starlink com a velocidade das outras empresas. Segundo ele, a Starlink consegue oferecer 300 Mbps, enquanto a Viasat fornece 30 Mbps, a HughesNet, 21 Mbps e o Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas, 20 Mbps.
Por fim, o ministro revelou que a Starlink deverá conectar uma parcela de escolas no Brasil sem nenhum custo para o Brasil. “O pessoal da SpaceX falou que no dia que inaugurar a porta de entrada (gateway), vai conectar um monte de escola e vai doar para o governo brasileiro”.
Faria defendeu a atuação da empresa no país, mas não detalhou nenhum acordo com Musk para conectar escolas.
Monitoramento da Amazônia
Em relação ao monitoramento da Amazônia, o ministro disse que a Starlink terá 40 mil satélites no espaço, e acrescentou que “a única empresa que tem laser e detecta o barulho da serra elétrica é a Starlink”. “Se um empresário quiser dar de graça para o Brasil [o monitoramento], a gente vai negar?” Ele disse que hoje o Ministério da Justiça paga R$ 40 milhões ao ano para a empresa Planet monitorar o desmatamento na região.
O deputado Ivan Valente (Psol-SP) afirmou que o Brasil já tem outros sistemas que monitoram a Amazônia – incluindo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – “não falta informação sobre a Amazônia, falta fiscalização”.