“Nunca tive posição definida sobre fair share”, diz Baigorri na MWC 2024
Em coletiva de imprensa na MWC 2024, Baigorri falou sobre fair share e próximos leilões de espectro com possibilidade para a faixa de 6 GHz e bandas A e B.
Barcelona. Em coletiva de imprensa depois de falar em painel sobre fair share na MWC 2024 (Mobile World Congress), nesta terça-feira, 27, o presidente da Anatel, Carlos Baigorri, declarou que sobre o fair share, a defesa da Anatel sempre foi pelo uso adequado das redes, não uma questão de “distributiva” – defesa enfática das operadoras telecom. “Espero uma proposta da indústria”, disse.
Baigorri reiterou que a segunda consulta pública sobre o tema e que recebe contribuições até abril, tem como objetivo definir justamente o que é o uso adequado das redes, “não com objetivo de equilibrar a rentabilidade, mas para garantir acesso e uso pleno a todos os usuários”.
No MWC 2024, líderes de diferentes países se dividem em como deve ser feita a contribuição. Alguns focam no modelo de fair share, enquanto outros, no recolhimento de custos para fundos que viabilizem o investimento em infraestrutura, como é o caso do FUST no Brasil, contou Baigorri.
“A Europa e os Estados Unidos reconhecem que precisam melhorar em questões de autorização para a consolidação do mercado, porque as restrições para a consolidação que eles têm, criam um mercado muito fragmentado para eles, onde ninguém ganha dinheiro. Então esse é um problema de lacuna de investimentos que eles têm e a gente não tem”, constatou.
Outro consenso observado por Baigorri entre os porta-vozes do painel é de que o espectro deve ser barato. A Itália, por exemplo, chegou a investir cerca de 20 bilhões de euros para comprar espectro e agora não tem recursos para investir em 5G.
“A Europa tem 5G, mas não tem nada de 5G standalone. E eles estão dizendo que precisam de grana, seja do governo, seja das big techs, para fazer esse upgrade. No nosso caso, o 5G já nasceu standalone, justamente porque a gente fez um leilão barato”, enfatizou.
Próximos leilões de espectro
O próximo leilão de espectro pode ser grande e está previsto para o final de 2025 e início de 2026, afirmou Carlos Baigorri. Antes, claro, se abrirá uma consulta pública para uma definição sobre uma possível divisão e consequente leilão da faixa de 6 GHz. Dependendo das respostas à consulta é que a Anatel saberá quais bandas serão leiloadas ou não.
Mas já está no radar da agência leiloar as faixas de 10.5 GHz, 4.8 GHz e o próprio 6 GHz, identificadas na WRC-23. “Também a faixa de 2.3 Ghz, que sobrou, os 850 MHz, a banda A e banda B, que já vai vencer e temos que leiloar. Então acredito que será um grande leilão”, concluiu.