Barcelona.– Sandra Maximiano, presidente da Autoridade Nacional de Comunicações de Portugal (Anacom), fez uma visita ao estande da Huawei no Mobile World Congress (MWC 2024), embora a empresa tenha sido barrada das redes 5G do país, por decisão dos países membros da União Europeia (UE), alegando questões de segurança.
Sem a Huawei, as operadoras do país terão de pensar em novas alternativas de substituição aos equipamentos e infraestrutura da empresa chinesa. “Foi uma decisão a nível de segurança nacional, em que cada Estado membro [da UE] também está a fazer as suas análises, porque obviamente, temos operadoras que dependem mais ou menos da empresa. É uma análise que ainda está em processo para avaliar os planos de substituição dos equipamentos”, disse com exclusividade à DPL News.
Com a recém entrada da Digi no país, em setembro de 2023, Maximiano espera mudanças significativas no mercado móvel. “A Digi é uma operadora que entra de uma forma muito agressiva no mercado das telecomunicações, até em outros países, sobretudo com a intenção de atingir determinadas faixas de consumidores que até agora não estavam satisfeitas com as ofertas que existem, nomeadamente os mais jovens”, explicou.
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Segundo a presidente da Anacom, as principais operadoras de Portugal costumam vender planos integrados em pacotes de TV e serviços fixos, coisas as quais as novas gerações já não têm interesse. A Digi promete levar mais planos voltados só para consumo de dados de internet e que atraia mais esses consumidores.
Leilão de fibra ótica
O leilão de fibra óptica que levará este tipo de rede em zonas que ainda não a possuem, ainda está em curso. Sandra Maximiano afirmou que a Anacom já recebeu muitas propostas e que estão em análise. A divulgação da empresa que trabalhará na infraestrutura, as quais entre elas concorre uma brasileira, será feita até o final do primeiro semestre. A empresa escolhida terá três anos para concluir a obra.
Em 2023 a Comissão Europeia autorizou um aporte para a cobertura das chamadas zonas brancas (onde não há fibra) e da abertura do procedimento pré-contratual, atual fase, na qual há uma participação das partes interessadas, aguardando pronunciamento das regiões autônomas de Sousa e Madeiras.