Hackeada, Janja pede responsabilização de plataformas digitais
Segundo a primeira-dama, X (Twitter) levou quatro dias para disponibilizar relatório para investigação da Polícia Federal.
Na semana passada, em 11 de dezembro, a primeira-dama, Janja da Silva teve seu e-mail, LinkedIn e X (antigo Twitter) invadidos. O autor, um hacker de 17 anos, proferiu discursos de ódio, misoginia e ataques ao governo e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Segundo Janja, foram momentos de angústia e tristeza, pois, apesar da rápida ação de sua equipe de redes sociais, a plataforma X demorou uma hora e meia para bloquear a conta e parar os ataques e mais quatro dias para disponibilizar o relatório para investigação da Polícia Federal (PF).
“Precisamos falar sobre a responsabilização das plataformas. Não podemos permitir que cada vez mais crimes de ódio sejam cometidos contra nós, mulheres, fora e dentro do ambiente online. Não podemos permitir que as plataformas sigam lucrando em cima do ódio, coisa que tenho certeza que aconteceu no caso da invasão do meu perfil. Um hora e meia de monetização para o X.”, criticou Janja, que já voltou à rede.
Relacionado: CGI.Br e Anatel são apontados como reguladores das plataformas digitais
Na postagem, ela reitera que ponderou se retornaria ou não às redes sociais e decidiu que seguirá atuante, como posicionamento de firmeza para que todas as mulheres possam viver suas vidas livres de violência.
Por ser menor de idade, o criminoso foi ouvido pela PF na condição de informante e, em seu depoimento, confessou o crime, disse que não copiou conteúdo de conversas de Janja, nem alterou nada em suas contas.
Seu depoimento não serve como prova isolada, mas será considerado no conjunto das investigações.
Caos cresce no X após Elon Musk
Desde que Elon Musk comprou o Twitter e mudou o nome da rede social para X, houve aumento do discurso de ódio e da desinformação na plataforma. Xingamentos e palavras como “morte”, “matar” e “morrer” agora são ditas sem nenhuma censura; antes, eram punidas com um bloqueio de sete dias ao usuário que as proferissem.
Pesquisas apontam que usuários estão mais expostos à desinformação sobre o clima, eleições e aos discursos de ódio. Mesmo após queda de 50% em publicidade na plataforma, Elon Musk culpou a Liga Antidifamação, um dos vários grupos de defesa que catalogaram o aumento do discurso de ódio no X.