Futurecom completa 30 anos com transição de comando e legado regulatório
Ao celebrar três décadas de realização, a Futurecom reafirma sua posição como palco central para os grandes marcos tecnológicos e regulatórios do setor de telecomunicações no Brasil. Em sua trajetória, a feira já foi cenário de lançamentos como o Plano Nacional de Banda Larga, o Plano Nacional de IoT e até mesmo o PIX, reforçando seu papel como ponto de encontro entre mercado e Estado.
O diretor do evento, Hermano Pinto, destacou que a força da Futurecom está justamente em manter essa independência institucional: “sempre fomos um palco onde governos e instituições puderam apresentar inovações regulatórias e projetos”. Ele ressaltou que, ao longo dos anos, o evento acompanhou de perto a evolução tanto da agenda tecnológica quanto da regulatória.
Pinto também avaliou o cenário regional. Para ele, o Brasil tem maturidade para “exportar ideias” em políticas públicas e modelos de negócio, citando o PGMC como exemplo de medida que ampliou a competição e a penetração de provedores. Mas lembrou que os países latino-americanos compartilham vulnerabilidades comuns, como baixa inclusão digital e “letramento” insuficiente em tecnologia. “O povo latino é comunicativo, mas entrega seus dados com muito mais facilidade que europeus e americanos. Esse é um desafio que nos une”, afirmou.
Além desse balanço, o executivo anunciou que esta será sua última edição à frente da Futurecom. A partir de 2026, a direção passará a Fernando D’Ascola, hoje Business Head de Infra & Tech Business na Informa Markets, organizadora da feira. Segundo Pinto, a transição é também um movimento de reforço institucional para manter a relevância do evento no diálogo entre operadoras, governo e academia.
Atualmente, a Futurecom mantém operações no Brasil e no México, mas avalia a possibilidade de ampliar sua presença regional. Para Hermano Pinto, o potencial existe, mas a expansão ainda esbarra em desafios logísticos.
Com a troca de comando, o desafio para os próximos anos será garantir que a Futurecom siga como referência para a inovação em conectividade e como espaço de articulação entre regulação e mercado em toda a região.