Estas são as cidades que lideram a corrida global pela inteligência artificial
O Índice Global de Cidades com IA de 2025 destaca que as cinco principais cidades em IA incluem três metrópoles asiáticas, uma metrópole dos Emirados Árabes Unidos e uma metrópole americana. Na América Latina, São Paulo está ganhando força como cidade emergente.
A corrida pela inteligência artificial (IA) não está sendo travada apenas entre empresas de tecnologia e governos nacionais: as cidades agora também competem para se posicionarem como epicentros para o desenvolvimento, adoção e implantação dessas tecnologias.
Isso é revelado pelo novo Índice Global de Cidades com IA 2025, elaborado pela Counterpoint Research, que classifica mais de 100 áreas metropolitanas ao redor do mundo de acordo com sua capacidade de incorporar IA à economia, à infraestrutura urbana e à vida cotidiana.
Nesta edição, Singapura lidera o ranking global, superando potências tradicionais como São Francisco e consolidando sua posição como modelo de política pública de tecnologia.
Singapura lidera em IA graças a uma estratégia nacional que articulou com sucesso a colaboração entre governo, academia e empresas. Programas como o AI Singapore, a implantação de soluções baseadas em IA para transporte, saúde e gestão de telecomunicações, e uma densa rede de startups de tecnologia permitiram que a cidade avançasse rapidamente na adoção.
Ásia acelera integração de IA
O índice reflete uma mudança geográfica significativa: a Ásia domina as primeiras posições. Depois de Singapura, estão Seul e Pequim, duas cidades que se comprometeram a integrar Inteligência Artificial em serviços públicos essenciais.
Por exemplo, em Seul, as autoridades implementaram aplicações de IA na saúde e na educação, enquanto empresas como a SK Telecom e a Naver desenvolvem soluções que conectam os cidadãos a plataformas inteligentes.
Pequim, por sua vez, foi pioneira em levar treinamento em IA para escolas de ensino fundamental e médio e é um polo para a implantação do 5G graças a gigantes como a Huawei e a China Unicom.
Um caso particularmente marcante é Dubai, que conseguiu se posicionar em quarto lugar globalmente devido à sua ambiciosa estratégia governamental. O governo está investindo maciçamente para promover a IA em setores estratégicos, e hoje cada órgão público conta com um estrategista nessa área.
Por meio do programa “One Prompter”, os Emirados Árabes Unidos buscam treinar um milhão de pessoas no uso avançado da IA, enquanto Abu Dhabi também começa a emergir como um centro com visão própria.
Embora São Francisco permaneça entre as cinco principais cidades, o ranking mostra que o eixo de liderança em Inteligência Artificial não está mais exclusivamente no Vale do Silício.
Outras cidades norte-americanas, como Nova York, Seattle e Toronto, também permanecem no top 20, pois possuem uma base sólida de infraestrutura tecnológica, talentos e ecossistemas de inovação. No entanto, o impulso asiático e a visão estratégica do Oriente Médio estão acelerando a redistribuição do mapa global.
“O desenvolvimento de cidades com IA na China não se limita mais às grandes cidades. Locais como Wuhan, Chengdu e Suzhou também estão adotando IA rapidamente. Os investimentos, especialmente em supercomputação, são impressionantes, e a diferença entre a América do Norte e a China, sem dúvida, diminuirá a partir do próximo ano”, projeta Marc Einstein, Diretor de Pesquisa da Counterpoint.
Ao contrário da Ásia, a Europa enfrenta obstáculos regulatórios que, segundo o estudo, podem estar prejudicando sua capacidade de escalar projetos de IA em nível urbano.
Embora Londres e Copenhague apareçam entre as vinte primeiras, a região apresenta crescimento mais lento em comparação com outras partes do mundo, devido, em parte, a marcos regulatórios que ainda criam incerteza para desenvolvedores e governos locais.
São Paulo, Brasil: cidade emergente com IA
O índice também destaca cidades emergentes em rápido crescimento, como Bengaluru, São Paulo (Brasil), Hangzhou e Riad, que estão ganhando atenção por seu dinamismo em investimentos tecnológicos, desenvolvimento de talentos e políticas públicas proativas.
A inclusão dessas cidades sugere que a competição não é mais apenas entre gigantes estabelecidas, mas que territórios com estratégias bem definidas podem escalar rapidamente sua influência.
A Counterpoint Research destaca que o papel das gigantes da tecnologia também é fundamental neste ranking urbano. A Microsoft foi identificada como a provedora de IA mais ativa globalmente, com investimentos em data centers, hubs de inovação e programas de treinamento em diversas cidades.
Ecossistema de provedores principais de infraestrutura de Dados, Nuvem e IA
Google, Amazon e Oracle também estão expandindo sua infraestrutura e serviços de nuvem para governos locais. Por sua vez, a Nvidia desempenhou um papel fundamental no fornecimento de supercomputação, viabilizando centros de computação de alto desempenho em cidades como Dubai e Copenhague, frequentemente em colaboração com operadoras de telecomunicações.
Além da pesquisa acadêmica ou do poder corporativo, o estudo indica que o verdadeiro impacto da IA está sendo definido na escala urbana. Cidades que integram essas tecnologias transversalmente — da mobilidade à educação — estão abrindo caminho para o futuro.