Principal evento de radiocomunicações do mundo iniciou ontem, 20, em Dubai. Brasil se reuniu com Huawei e comitiva chinesa para negociar apoio em discussões sobre a ocupação da faixa de 6 GHz e o espectro para a 6ª geração de sistemas de IMT
A Conferência Mundial de Radiocomunicações 2023 (WRC-23) teve início ontem (20) em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, reunindo governos para discutir a atribuição do espectro de radiofrequências. O evento foi inaugurado pelo segundo vice-governador do Dubai, Xeque Ahmed bin Mohammed bin Rashid Al Maktoum, contando com a presença do secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres.
O Brasil, que liderou quatro das seis comissões de estudo da União Internacional de Telecomunicações (UIT) durante a Assembleia de Radiocomunicações 2023 (RA-23) entre os dias 13 e 17 de novembro, antecedendo a WRC, já teve uma de suas propostas, sobre uso sustentável do espaço, aprovada. A pauta já era defendida pela delegação desde a última reunião da UIT na Romênia, em 2022.
Na WRC-23, as principais propostas do país são:
- Identificação da faixa de 10-10,5 GHz para as Telecomunicações Móveis Internacionais (IMT) para uso de sistemas 5G;
- Identificação da faixa de 6425 – 7125 MHz para IMT;
- Medidas na faixa de frequências 4800 – 4990 MHz;
- Limites agregados de interferência dos satélites não-geoestacionários (NGSO).
Agora, a comitiva brasileira composta por representantes do Ministério das Comunicações (MCom) e da Anatel, incluindo o próprio ministro Juscelino Filho e o presidente da agência, Carlos Baigorri, trabalha para negociar novas aprovações junto aos governos parceiros como a China.
Negociações e impasses entre Brasil e China
O ministro das Comunicações, Juscelino Filho, se encontrou com o vice-ministro de Telecomunicações da China, Zhang Yunming, e representantes da Huawei.
Durante as reuniões, a delegação brasileira buscou apoio da China para a utilização de estações em plataforma de alta altitude (HAPs) como estações base IMT (HIBS) em determinadas faixas de frequências. Por sua vez, a delegação chinesa solicitou apoio aos brasileiros para um documento sobre a faixa de 6 GHz, propondo dividir a frequência para Wi-Fi e IMT. O Brasil estuda uma solução para conciliar os interesses.