O Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTVD) encaminhou, recentemente, as recomendações sobre as tecnologias do próximo padrão da televisão digital (TV 3.0) ao Ministério das Comunicações (MCom), referentes aos resultados da fase 2 dos testes. Com esta etapa encerrada, a entidade inaugura os ensaios mais avançados da fase 3.
Segundo o MCom, a pesquisa sobre a TV 3.0 começou em 2021, com uma chamada para que empresas desenvolvedoras de tecnologias enviassem propostas para criar o novo padrão. Depois de avaliar os projetos, o Fórum apresentou o seu parecer para a futura definição do Governo Federal.
Mesmo assim, outras tecnologias continuam em avaliação, de forma que os trabalhos seguirão durante este ano. “Continuaremos contando com o apoio do MCom ao longo das próximas etapas desse projeto, para que possamos juntos completá-lo e entregar à população brasileira, mais uma vez, o melhor sistema de TV Digital possível, mantendo seus atributos como ferramenta de acesso gratuito, universal e democrático à informação e entretenimento, e como importante fator estratégico para a integração nacional e coesão social”, afirmou Luiz Cláudio da Silva Costa, presidente do Fórum SBTVD.
A expectativa é que a TV 3.0 seja lançada em 2024, trazendo “mais qualidade de som e imagem, conteúdo segmentado geograficamente e de acordo com o perfil do telespectador, uma integração ainda mais transparente entre TV aberta e Internet – combinando os serviços de radiodifusão e internet”, segundo o Fórum SBTVD.
A primeira geração da TV, analógica, foi adotada na década de 1950 e era conhecida por ter chiados no som e chuviscos na imagem, já a televisão digital (TV 2.0) foi adotada a partir de 2006, trazendo melhor qualidade.
Veja os resultados dos testes:
1- Camada Física:
Realizar testes adicionais. Condição para participação: fornecer equipamentos com suporte a reuso-1, MIMO e channel-bonding. Apenas os 2 melhores resultados de laboratório seguem para testes de campo. A tecnologia só seria selecionada ao final da segunda rodada de testes caso a taxa na condição de reúso seja suficiente, caso contrário a condição de reúso precisará ser revista.
2- Camada de Transporte:
Adotar a tecnologia ROUTE/DASH como base da camada de transporte da TV 3.0 e adaptá-la/estendê-la para suportar todos os requisitos do projeto e as tecnologias a serem adotadas nas demais camadas;
Manter o suporte opcional a streaming HLS para a distribuição de conteúdo alternativo pela Internet.
3- Video Base Layer:
Adotar o VVC para o vídeo principal (tanto over-the-air quanto pela Internet) e realizar avaliações subjetivas de qualidade de vídeo para determinar o bitrate necessário para codificação real-time em diferentes resoluções (considerando apenas base layer e em combinação com a camada de enriquecimento);
Avaliar a codificação de vídeo mais adequada para transmissão de segundo vídeo com intérprete de língua de sinais;
Manter o suporte a vídeo H.264 e H.265 para a distribuição de conteúdo alternativo pela Internet.
4- Video Enhancement
Adotar uma combinação de Dynamic Resolution Encoding e LCEVC.
5- HDR DM
Adotar o HDR10 como base (formato já suportado em todos os televisores HDR), com suporte opcional aos metadados dinâmicos Dolby Vision, HDR10+ e SL-HDR2 (tanto over-the-air quanto pela Internet);
Manter o suporte opcional ao HLG e ao SL-HDR1 para a distribuição de conteúdo alternativo pela Internet.
6- VR Codec
Adotar o V3C para inclusão nas normas da TV 3.0 (o suporte não será obrigatório em todos os receptores; foco em distribuição de conteúdo pela Internet e consumo em smartphones e HMDs).
7- EWBS Manager:
Adotar o ATSC 3.0 AEA.
8- Audio:
Adotar o MPEG-H Audio para a distribuição over-the-air e pela Internet;
Manter os demais formatos de áudio suportados atualmente na TV 2.5 para distribuição de conteúdo alternativo pela Internet (incluindo suporte opcional ao AC-4).
9- Captions:
Adotar o IMSC1 para a distribuição over-the-air e pela Internet;
Manter o suporte opcional ao WebVTT para a distribuição de conteúdo alternativo pela Internet.
10- Codificação de Aplicações:
Adaptar e estender o DTV Play, incluindo as propostas satisfatoriamente testadas (MPEG-H Audio, Guaraná e NCL 4.0) e considerando incluir partes das propostas Advanced ISDB-T, DTNEL Application Coding e ATSC 3.0 (a depender do resultado das suas prototipações);
Preencher os gaps de requisitos que não foram satisfatoriamente preenchidos pelas propostas recebidas, quando necessário.