Brasil está se aproximando da universalização da internet, aponta IBGE

Ainda há 6,4 milhões de lares sem internet no país, mas a indisponibilidade do serviço não é a principal razão para isso

Em 2022, a internet tornou-se parte integrante de 91,5% dos lares brasileiros, totalizando 68,9 milhões de domicílios permanentes: um aumento de 1,5 pontos percentuais em comparação com 2021. Isso é o que revela a recém divulgada PNAD Contínua/IBGE de acesso à internet e à televisão e posse de telefone móvel celular para uso pessoal. 

Embora essa tendência de crescimento seja consistente, a pesquisa observa uma desaceleração, indicando uma aproximação da universalização da internet nos lares do Brasil. 

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, celebrou a divulgação dos dados. “Parabéns a todos aqueles que atuam no setor de telecomunicações, seja no setor público, seja na iniciativa privada, por levar cidadania, inclusão digital e desenvolvimento econômico para esse Brasilzão! [sic]”.

Conectividade e classe social

A pesquisa mostra que a conexão à internet está diretamente relacionada ao rendimento médio mensal real per capita nos lares. Aqueles que utilizam a internet têm um rendimento quase duas vezes maior (R$1.760) em comparação com os lares sem conexão (R$944). Essa disparidade é observada em todas as regiões, destacando-se a Região Norte, onde o rendimento nos lares com internet é mais que o dobro dos lares sem o serviço.

Desafios para a conexão

Dos 6,4 milhões de lares sem internet em 2022, destaca-se entre os principais obstáculos a falta de conhecimento sobre o uso da internet (32,1%), falta de necessidade (25,6%) e o custo do serviço (28,8%). Ainda há sim lares sem acesso devido à indisponibilidade do serviço na área, mas este fator representa apenas 5,4% entre os obstáculos relatados. Outros fatores são o custo de equipamento (3,9%), pouco tempo para utilização (1,1%) e preocupações com segurança (0,6%) foram mencionados com menos frequência.

Os motivos predominantes para a falta de internet são semelhantes tanto em áreas urbanas quanto rurais, representando 91,3% e 76,6%, respectivamente. No entanto, na área rural, a falta de disponibilidade do serviço é mais destacada, abrangendo 15,2% dos lares sem internet, em comparação com 0,6% em áreas urbanas.

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Banda larga fixa e móvel

A banda larga fixa continuou crescendo, superando a móvel nos últimos dois anos. O uso combinado de ambas as tecnologias cresceu de 48,8% para 67,8% entre 2016 e 2022, enquanto o uso exclusivo de banda larga móvel diminuiu de 27,1% para 12,7%, e o uso exclusivo de banda larga fixa reduziu de 21,0% para 17,6%.

Na Região Norte, 77,2% dos lares utilizavam banda larga fixa em 2022, registrando um aumento significativo. No entanto, esse percentual ainda ficou abaixo das demais regiões, todas com índices acima de 85,0%. Quanto ao uso de banda larga móvel, o menor percentual foi na Região Nordeste (65,3%), enquanto as demais regiões apresentaram taxas superiores a 80%, sendo a Região Sudeste a mais alta, atingindo 88,7%.

De forma geral, a conexão discada tornou-se praticamente irrelevante, diminuindo de 0,6% em 2016 para 0,2% em 2022.

Uso de internet por idade

Em 2022, a utilização da Internet variou significativamente por faixa etária, refletindo diferentes níveis de adoção. O grupo que mais utilizou foi o de 20 a 29 anos, alcançando mais de 96,0%. Em seguida, o percentual de usuários diminui nas faixas etárias subsequentes, atingindo 86,3% no grupo de 50 a 59 anos e caindo para 62,1% entre os idosos, com 60 anos ou mais.

Apesar do crescimento geral do uso da Internet em todas as faixas etárias, a expansão foi mais rápida nas idades mais avançadas, possivelmente devido à evolução das facilidades e à disseminação dessa tecnologia no cotidiano da sociedade.

Entre 2019 e 2022, o aumento percentual foi mais significativo nos grupos de 50 a 59 anos e de 60 anos ou mais (11,9 p.p. e 17,3 p.p., respectivamente). Em comparação com 2021, esses grupos também apresentaram as maiores expansões no percentual de usuários da Internet (3,0 p.p. e 4,6 p.p., respectivamente).

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