miércoles, marzo 29, 2023
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Algoritmos podem espalhar desinformação: Fórum Econômico Mundial

Em Davos, Vera Jourová, vice-presidente de Valores e Transparência da Comissão Europeia, alertou que a IA ainda não está madura o suficiente para ser usada contra toda desinformação.

A desinformação tem proliferado não só como forma de influenciar a opinião pública e a democracia, mas também como um negócio rentável financeiramente, alertou a vice-presidente de Valores e Transparência da Comissão Europeia, Vera Jourová, durante o Fórum Econômico Mundial 2023, em Davos.

Em um mundo cada vez mais conectado e dominado pela tecnologia, “os dados mostram que a mentira vende mais que a verdade”, por isso os algoritmos promovem o sucesso do conteúdo falso ou enganoso sobre o verdadeiro e confiável.

“Se não os pararmos, os algoritmos continuarão empurrando a desinformação. A União Europeia quer frear esta tendência”, disse a funcionária na reunião anual do Fórum Econômico Mundial.

Vera Jourová ressaltou a importância de usar a tecnologia para combater a desinformação. A Inteligência Artificial (IA), por exemplo, já está sendo utilizada para detectar conteúdos falsos ou enganosos; no entanto, é mais eficaz para analisar imagens e ainda não está madura o suficiente para trabalhar com texto.

Durante a conferência “O perigo claro e presente da desinformação” no Fórum Econômico Mundial, Seth Moulton, representante democrata dos Estados Unidos, concordou com o poder da tecnologia como ferramenta para identificar a desinformação. Mas observou que deve ser buscado um equilíbrio entre esse objetivo e a garantia da liberdade de expressão.

Em decorrência do governo do ex-presidente Donald Trump, amplamente criticado por espalhar notícias falsas, o parlamentar considerou que muitos políticos se deixaram levar por esse efeito e pelo oportunismo, acreditando que a mentira pode servir para alavancar sua carreira política. No entanto, Moulton disse que “a carreira política tem a ver com fazer as coisas certas” e entender que a desinformação prejudica a saúde da democracia.

Jeanne Bourgault, presidente e diretora Executiva da Internews, explicou que a informação confiável é parte da solução para os conflitos políticos complexos, pois aumenta a confiança na cidadania e na democracia.

Para atacar a desinformação, que não é um problema exclusivo do espaço digital, Bourgault explicou que é necessário envolver os usuários na cidadania e empoderá-los para navegar na Internet de forma mais consciente e que os moderadores de conteúdo façam todo o possível para manter as pessoas seguras.

A desinformação pode ser muito perigosa para a segurança pública, alertou. Em particular, informações falsas ou enganosas relacionadas a gênero podem colocar mulheres e membros da diversidade sexual, por exemplo, em uma situação vulnerável.

Nesse sentido, Arthur Gregg Sulzberger, presidente e editor do The New York Times, comentou que a desinformação também põe em risco a liberdade de imprensa, sobretudo porque é usada intensamente em momentos de conflito ou tensão sociopolítica como a guerra entre Rússia e Ucrânia.

Os meios de comunicação podem enfrentá-la, agarrando-se aos princípios fundamentais do jornalismo: independência, verificação de fatos, busca de fontes confiáveis ​​e acompanhamento dos fatos.

Mas, ao mesmo tempo, a situação do jornalismo, para o qual é cada vez mais difícil o acesso a recursos financeiros e a um modelo sustentável, por vezes permitiu que a desinformação fosse promovida na forma de clickbait e espalhada.

Violeta Contreras García
Violeta Contreras García
Reportera, editora y analista del ecosistema digital en América Latina, especializada en temas de política pública, regulación, transformación digital, 5G, Inteligencia Artificial, inclusión digital, género, espectro radioeléctrico, neutralidad de la red, ciudades inteligentes, derechos digitales, ciberseguridad, e-salud, seguridad pública y economía colaborativa. Cubre especialmente la agenda de Colombia, Perú, Costa Rica y Chile.

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